Começando seu Cultivo, Dicas de Cultivo

Sementes de cannabis: como escolher a ideal para o seu cultivo?

Estufa montada, substrato feito e agora só falta o principal: as sementes de cannabis. Escolher a genética que você vai trabalhar é algo muito pessoal e varia de jardineiro para jardineiro. Existem diversos tipos de plantas que vão apresentar propostas diferentes, que vão do medicinal ao uso adulto. Utilizar uma genética bem selecionada também é uma forma de reduzir danos, por isso é uma etapa fundamental do cultivo.

Contudo, infelizmente, não contamos com um vendedor de feijões mágicos na praça da cidade só esperando um João passar. Então, nesse artigo, vamos apenas dar algumas coordenadas para que você encontre a semente de cannabis ideal para o seu cultivo.

Começando pelo básico: quais são os tipos de sementes de cannabis?

Não faremos juízo de valor em relação aos tipos de semente, isso cabe ao cultivador decidir qual supre melhor as suas expectativas. As sementes de cannabis são divididas em três tipos:

Sementes regulares

São sementes naturais criadas a partir do cruzamento de uma planta fêmea e uma planta macho. Logo, a planta originada dessas sementes tem 50% de chance de ser fêmea e 50% de chance de ser macho;

Sementes feminizadas

Como o próprio nome dá a pista, são sementes que só produzem plantas fêmeas. Elas são o resultado do cruzamento de uma planta fêmea geneticamente modificada que produz pólen como um macho e uma planta fêmea natural;

Sementes automáticas

São sementes produzidas a partir do cruzamento de espécies específicas de cannabis. Essas sementes geram plantas que, independente do fotoperíodo, conseguem florescer ao atingir a maturidade.

Por que é aconselhado que eu saiba a genética das sementes de cannabis?

Sabemos que o Brasil não oferece um banco de sementes de cannabis, afinal, aqui o cultivo não é legalizado. E claro que é possível plantar a partir de qualquer semente, inclusive as famosas prenseeds – sementes do prensado. Entretanto, escolher bem a genética não é necessariamente uma regra, é mais um conselho para quem busca um cultivo mais seguro e que atenda às suas expectativas.

Todo o potencial da planta está em sua carga genética que fica armazenada na semente. Então, a forma como a planta vai se desenvolver, o perfil químico e diversos outros fatores estão contidos no código genético. E para as várias genéticas de cannabis existentes, damos o nome de strains que, traduzindo do inglês, significa cepa, ou seja, a linhagem da planta.

Então, se você busca o cultivo para, por exemplo, tratar ansiedade, você deve procurar por strains ricas em CBD. Em resumo, para que você tenha o efeito desejado, você precisa saber qual genética está cultivando.

Para além dos efeitos desejados na hora de consumir, a genética também vai influenciar o cultivo como um todo. Existem strains com períodos de floração mais curtos ou mais longos, em alguns casos a planta pode apresentar aspecto dominante – como é o caso da sativa – e crescer demais, etc. Para quem cultiva em espaços reduzidos, principalmente indoor, a escolha da genética é crucial.

Mas em meio a tantas genéticas, como delimitar o que eu preciso? Onde consigo as sementes? Primeiro você precisa saber como elas são feitas e por quem são feitas e distribuídas. 

Os cultivadores de sementes e os seedbanks

Produzir sementes de cannabis não é tão simples como parece. Por trás do saquinho de seeds que você recebe em casa, existe muito trabalho e estudo dos breeders – criadores -, que são os responsáveis pelos projetos de criação de sementes.

A grosso modo, eles vão cruzando determinadas plantas até chegar no resultado esperado e, a partir disso, eles vão selecionando as sementes que possuem as características genéticas desejadas naquele projeto. E quando isso acontece, surgem as famosas “matrizes”, as fontes das seeds perfeitas. Falando assim até parece que é um processo rápido, mas isso envolve muitos testes, plantas e paciência.

Mas nem todos investem tanto em projetos de strains. É aí que surgem os pollen chuckers e os produtores das chamadas “bulk seeds”. Ambos não fornecem sementes com características genéticas estabilizadas, como é o caso dos breeders. A forma como eles produzem as sementes é como uma réplica: o consumidor quer algo semelhante ao original, mas acaba recebendo um produto pouco ou muito inferior, afinal, é uma réplica. Para alguns, é satisfatório, para outros, não muito.

Quem é responsável pela venda das sementes são os bancos de sementes – seedbank. Porém, hoje em dia, principalmente no Brasil, não encontramos lojas especializadas em sementes. Geralmente as pessoas compram diretamente do vendedor, que são perfis administrados por pessoas ocultas, o que pode não apresentar muita segurança para o consumidor. Por isso é necessário ter cautela ao comprar sementes em território nacional e até mesmo internacional, uma vez que não é assegurado que elas cheguem ao destino.

Como eu faço para escapar das ciladas?

É notável que escolher boas sementes é um trabalho árduo, principalmente para quem vive uma realidade proibicionista. Por terem muitos vendedores que utilizam perfis anônimos, torna-se arriscado confiar que as sementes que aquela loja anuncia sejam realmente boas e que cheguem até você. Infelizmente há pessoas que se intitulam breeders, porém vendem sementes de outras marcas, mentem sobre o catálogo, vendem strains desconhecidas ou de qualidade muito inferior, etc. 

Não temos uma fórmula mágica, mas podemos dar algumas dicas para te ajudar a identificar um seedbank não muito confiável. É tipo aquela lanchonete que coloca uma foto de um hambúrguer muito saboroso, mas nunca tem foto da própria produção e quando você compra a realidade é totalmente diferente.

Então, primeiramente, esteja atento ao catálogo e às informações que o anunciante posta. Geralmente perfis com pouca informação, que publicam apenas fotos do catálogo, não mostram a seleção, não falam sobre as linhagens e apresentam muito marketing sem aprofundamento são ciladas. Um bom breeder, ou ao menos um perfil que revenda de outro breeder, vai deixar os consumidores atualizados.

No mais, acompanhar o cultivo de outros growers com mais experiência que tenham a mesma linha de cultivo que o seu e pesquisar perfis de pessoas que produzem sementes de cannabis, seja breeders ou pollen chuckers, pode te ajudar a entender mais sobre genéticas e valorizar uma boa strain no cultivo. Sabemos que não é tão simples como parece, pois requer cuidado e paciência até chegar ao pote de ouro, como o trabalho de um breeder. Contudo, acreditamos que essas dicas podem te ajudar no processo.

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Sobre o autor:

Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

Se você ainda possui alguma dúvida sobre cultivo de cannabis, por mais simples e básica que pareça ser, não hesite em entrar em contato com a Cultlight, nós faremos o possível para te ajudar ao longo de todo o caminho.

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5 pensamentos sobre “Sementes de cannabis: como escolher a ideal para o seu cultivo?

  1. Lucas Tessari de giacometi disse:

    Artigo perfeito e muito informativo, principalmente na parte de como escapar das ciladas onde infelizmente ta recheado de breeders por assim dizer falsos.

    Enfim ótimo artigo continue com o bom trabalho

    1. cultlight disse:

      Obrigado, Lucas! 🙂

  2. Pingback: Como ter um cultivo de cannabis com baixo investimento? - Cultlight
  3. Magda disse:

    Muito bom o artigo!!!

    1. Daniel disse:

      Muito obrigado!

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