Dicas de Cultivo, Começando seu Cultivo

Cultivo Indoor de Cannabis: Guia Completo de Como Plantar Maconha

Com a descriminalização avançando no Brasil, a quantidade de pessoas que querem aprender como plantar maconha cresce cada vez mais. E isso é ótimo! Cultivar sua própria cannabis em casa é a forma mais acessível de obter acesso de qualidade ao seu remédio sem depender do tráfico de drogas (que infelizmente ainda é uma realidade sob a criminalização da cannabis) ou das farmácias, que cobram caríssimo por produtos importados e de baixa qualidade. Eu fiz este guia gratuito especialmente para quem necessita e possui autorização legal para o cultivo.

Meu nome é Cadu Brandão, fundador da Cultlight e especialista em cultivo de maconha. Atualmente, estou fazendo Mestrado de engenharia para produção de cannabis na Universidade Federal Fluminense. Eu produzi esse Guia de Cultivo especificamente para quem deseja aprender como plantar cannabis medicinal em casa da forma correta: com economia nos gastos e com base em artigos científicos.

Se você deseja montar seu próprio cultivo medicinal, mas não sabe por onde começar, este guia oferece um passo a passo detalhado para garantir que você produza flores de alta qualidade e na quantidade exata para suas necessidades.

Vamos explorar TUDO que você precisa saber para tomar as melhores decisões. Você vai aprender como escolher sementes de cannabis, a definir qual estufa e qual fonte de iluminação você precisa e como fazer as plantas crescerem da germinação até a colheita com o passo a passo completo.

Caso você queira aprender todo o conteúdo deste Guia em formato de vídeo, assista à playlist abaixo e nos siga no YouTube!


Índice do Guia de Cultivo:

O texto está dividido em diferentes sessões que, do início ao fim, te indicarão o passo a passo de como plantar maconha. Sinta-se à vontade para pular etapas se você tiver uma dúvida específica!


O que é Cultivo Indoor?

Quando eu falo em cultivo indoor, estou me referindo ao cultivo de cannabis em um ambiente controlado e fechado, como estufas ou quartos adaptados, permitindo total controle sobre as condições de crescimento, como iluminação, temperatura, umidade e ventilação. 

Esse método é especialmente vantajoso para quem busca otimizar a produção de maconha, garantindo a qualidade e quantidade das plantas mesmo em locais onde as condições climáticas externas não são ideais. Além disso, o cultivo indoor possibilita cultivar em qualquer época do ano, independente das estações, proporcionando colheitas mais previsíveis e consistentes.

Para obter resultados satisfatórios, é essencial escolher o equipamento adequado e monitorar constantemente os fatores ambientais, como temperatura e umidade, ajustando-os conforme necessário para atender às necessidades específicas das plantas em cada fase do crescimento. Eu vou te ensinar tudo isso ao longo deste guia!


Quanto Custa um Cultivo de Cannabis Indoor?

Plantar maconha através do autocultivo é significativamente mais barato do que adquiri-la por outros meios, como importação ou compra em farmácias. Mesmo considerando o investimento inicial em equipamentos e os gastos contínuos com energia elétrica ao longo de 1 ano inteiro, o autocultivo de maconha é cerca de 68% mais econômico quando comparado à alternativa mais barata de aquisição de derivados de cannabis, que é a importação. Em 5 anos, essa economia pode chegar a impressionantes 85%.

Em minha monografia no curso de Engenharia de Produção na Universidade Federal Fluminense (UFF), comparei diferentes métodos de obtenção de cannabis medicinal: através de importação, farmácias nacionais, associações de cultivo e autoprodução. O estudo considerou fatores como custo, acessibilidade e sustentabilidade de cada método, oferecendo uma análise detalhada dos benefícios econômicos do autocultivo.

A metodologia do estudo baseia-se em um paciente fictício que necessita de 12.000 mg mensais de canabidiol (aproximadamente 80 gramas de flor de cannabis) para tratar os sintomas do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Utilizei esse exemplo para demonstrar a viabilidade econômica do autocultivo em comparação com outras formas de aquisição de cannabis medicinal.

É importante lembrar que cada tratamento requer uma dosagem específica de medicação, prescrita por um profissional de saúde. Para facilitar a compreensão dos custos envolvidos, montei o infográfico abaixo, que compara os custos anuais do tratamento desse paciente fictício ao longo de 5 anos, destacando as diferenças entre os métodos de obtenção de cannabis medicinal.

Legenda: Gráfico de custos relacionados ao uso medicinal da cannabis.

De acordo com minha pesquisa, o custo anual para cultivar cannabis e utilizá-la como tratamento médico não ultrapassa 12 mil reais. Em comparação, às outras formas de obtenção de cannabis medicinal podem custar, no mínimo, quase o dobro, dependendo da fonte e do método de aquisição. Essa diferença de custos reforça a vantagem econômica do autocultivo para pacientes que necessitam de tratamento contínuo e, claro, também reforça essa vantagem para quem deseja cultivar por fins recreativos.

Agora que você já entende o que é a cannabis medicinal e os custos envolvidos em seu tratamento, vamos ao que realmente interessa: o passo a passo completo de como plantar maconha!


1ª Etapa: Como Plantar Maconha Legalmente?

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizou o porte de até 40 gramas ou a posse de até 6 plantas fêmeas de maconha para uso pessoal no Brasil, representando um avanço significativo na política de drogas do país. No entanto, o cultivo de maconha ainda apresenta riscos legais, pois a legislação permite interpretações variadas, podendo levar à acusação de tráfico de drogas mesmo em casos de cultivo para uso pessoal.

Nesse sentido, o primeiro passo para quem deseja plantar maconha para fins medicinais no Brasil é solicitar à Justiça um Habeas Corpus (HC) preventivo. Este documento é considerado um remédio constitucional, sendo fundamental para garantir a proteção jurídica ao cultivador, prevenindo eventuais abusos de poder e garantindo que o paciente possa continuar seu tratamento sem risco de ser criminalizado por estar produzindo sua própria medicação, já que plantar maconha não é permitido no Brasil.

A legislação brasileira define dois tipos de Habeas Corpus:

  • Repressivo, usado principalmente após a ocorrência de uma prisão ilegal; e
  • Preventivo, também conhecido como ‘salvo-conduto’, é utilizado quando existe fundado receio de que o direito de ir e vir de alguma pessoa esteja em risco.

Embora qualquer cidadão possa obter esse documento sozinho, sem a obrigatoriedade de um advogado, o processo envolve várias etapas complexas, tornando recomendável a assistência de um advogado reconhecido pela OAB, que pode garantir que todas as exigências legais sejam devidamente cumpridas.

Para iniciar seu processo de obtenção de um Habeas Corpus, eu recomendo o advogado especialista em direito canábico Felipe Meneses. Com ampla experiência em atender pacientes que utilizam cannabis medicinal, ele já obteve sucesso em diversos casos de Habeas Corpus preventivos em todo o Brasil, garantindo a proteção jurídica necessária para o autocultivo seguro e legal.

Outra opção para obter um Habeas Corpus de forma gratuita é através da Defensoria Pública, que oferece representação legal para cidadãos sem condições financeiras de contratar um advogado particular. No entanto, devido à alta demanda, o processo pode ser mais demorado, e a qualidade do atendimento pode variar de acordo com a região.

Abaixo estão os documentos essenciais para solicitar um Habeas Corpus preventivo:

  1. Receita médica que comprove a necessidade do tratamento à base de Cannabis;
  2. Laudo médico detalhando a importância do tratamento canábico para a saúde do paciente;
  3. Pedido de Autorização da Anvisa para a importação das flores, realizado online neste link com o preenchimento correto e anexação dos documentos exigidos;
  4. Comprovação dos custos do tratamento, evidenciando ao juiz a dificuldade financeira em mantê-lo com produtos importados ou de associações;
  5. Certificados de cursos de cultivo que demonstrem a capacidade do paciente em produzir seus próprios medicamentos.

2ª Etapa: Escolhendo a Semente de Maconha Correta

A escolha da semente de cannabis é um ponto chave para seu grow. A maconha contém diversas substâncias terapêuticas, sendo cada vez mais utilizada por médicos para tratar condições como dores crônicas, ansiedade, insônia, epilepsia, entre outras. 

As sementes de maconha carregam a genética da planta, que determina as concentrações dessas substâncias terapêuticas, como THC e CBD. Essa característica genética é essencial para definir os efeitos da planta, permitindo que o cultivo seja personalizado de acordo com as necessidades do grower. A semente certa pode maximizar os efeitos desejados, sejam eles terapêuticos ou não.

Por isso, antes de definir qual semente comprar, é preciso se perguntar: você pretende fazer uso medicinal ou uso recreativo?

Se for medicinal, qual condição física ou mental você precisa tratar?

Para entender do que estou falando, é necessário aprender um pouquinho sobre a biologia humana e também sobre a biologia da cannabis. Por sorte, eu estudei bastante sobre isso e vou te explicar como funciona. Para fazer uma escolha de semente bem informada, você precisa entender quatro aspectos principais: 

  • O valor medicinal da cannabis;
  • A genética da planta (cannabis sativa ou indica);
  • As substâncias terapêuticas (como canabinoides e terpenos);
  • O tipo de semente (regular, feminizada ou automática). 

Esses fatores combinados determinam os efeitos e a eficácia da cannabis, seja ela utilizada como medicamento ou só para recreação. Deixa eu te explicar!

Legenda: As sementes de cannabis são pequenas, ovaladas e se desenvolvem em uma variedade de tons terrosos.

Sistema Endocanabinoide: como o corpo interage com a maconha

Graças aos avanços recentes na ciência, os efeitos terapêuticos da maconha são cada vez mais aceitos pela sociedade. Esses efeitos terapêuticos estão intimamente ligados a um sistema regulatório presente no cérebro de todos os mamíferos: o Sistema Endocanabinoide. Este sistema inclui os receptores químicos CB1 e CB2, que processam os compostos da cannabis, como THC e CBD, mediando funções biológicas vitais como sono e apetite.

Sim. Nosso corpo possui um sistema inteiramente dedicado a processar cannabis.

Abaixo, eu mostro alguns exemplos das funções reguladoras dos receptores CB1 e CB2:

Legenda: Funções reguladoras do Sistema Endocanabinoide.

Não acho que compreender o Sistema Endocanabinoide seja um conhecimento fundamental para o cultivo indoor de cannabis, mas eu acredito que é útil saber que, mesmo que você não use a maconha por motivos medicinais, seu corpo ainda vai apresentar mudanças fisiológicas. 

Conhecer essas interações ajuda o cultivador a selecionar genéticas específicas que maximizam os benefícios terapêuticos desejados, ajustando o cultivo para produzir plantas com o perfil de canabinoides e terpenos mais adequados às necessidades medicinais


Genéticas da Cannabis: sativa, indica e ruderalis

Assim como existem diferentes tipos de fruta no mercado, como Maçã Fuji e Maçã Gala, a cannabis também apresenta variações importantes nas lojas de sementes. Essas variedades, geralmente divididas entre Cannabis Sativa e Cannabis Indica, diferem em aspectos como taxas de crescimento, tamanho das flores, tamanho das folhas e na concentração de substâncias medicinais. 

Vamos explorar essas diferenças para entender melhor o impacto dessas diferenças no cultivo e no uso medicinal.

Legenda: Generalização dos padrões de comportamento da cannabis indica e sativa.

A definição das variedades Sativa e Indica da cannabis começou em 1753 com os estudos do botânico Carl Linnaeus. Ao examinar a variedade europeia da planta, Linnaeus identificou que ela não possuía efeitos psicoativos significativos, sendo cultivada principalmente por sua fibra resistente, conhecida como cânhamo. Ele a classificou como Cannabis Sativa, que, em latim, significa ‘cannabis cultivada’.

Em 1785, o biólogo Lamarck classificou exemplares de cannabis vindos da Índia, observando que suas fibras não eram tão resistentes quanto as da Sativa europeia, mas que seus efeitos psicoativos eram mais pronunciados. Assim, ele nomeou essa variedade como Cannabis Indica, referindo-se à sua origem geográfica. Essa classificação ajudou a distinguir diferentes usos e propriedades medicinais que hoje são amplamente reconhecidas.

Abaixo, descrevemos as características mais marcantes desses dois tipos de cannabis:

Cannabis Sativa: é uma planta alta e esguia, com folhas mais finas e compridas. Suas flores, onde se concentram as substâncias terapêuticas, são menos densas e tendem a crescer espalhadas ao longo do caule. O ciclo de floração até a colheita leva de 60 a 90 dias. Os efeitos da Sativa são geralmente descritos como energizantes e estimulantes, tanto para o corpo quanto para a mente, o que pode ser útil no tratamento de condições como depressão e fadiga.

Cannabis Indica: é uma planta robusta e mais compacta, ideal para cultivos em espaços menores. Suas folhas são mais largas e as flores mais densas, concentradas no topo do caule. O ciclo de floração até a colheita é mais curto, durando entre 45 a 65 dias. Os efeitos da Indica são frequentemente descritos como relaxantes e sedativos, aliviando o estresse e as dores, sendo especialmente útil para o tratamento de insônia e ansiedade.

Embora seja útil conhecer as diferenças entre Sativa e Indica, é importante entender que a nomenclatura tradicional muitas vezes não é o fator mais importante na escolha da sua semente de cannabis. 

Por que?

Bem, a maconha é um ser vivo pertencente a um único gênero de vegetais, chamados de Cannabis, assim como os seres humanos pertencem ao gênero dos Homo. 

Se alguém olhasse para sua aparência e falasse que você pertence a outra espécie simplesmente por ter olhos de uma cor diferente, seria mentira, correto? Todos somos Homo Sapiens, e nossas diferenças são um reflexo do nosso DNA, 50% paterno e 50% materno. Nada além disso.

O mesmo acontece com a cannabis!

Legenda: Semente de maconha germinando.

As características de crescimento, tempo de floração, sabor e aroma da cannabis são determinadas por seu código genético. Assim como não existem seres humanos de uma única etnia, completamente isolada do resto das outras, a cannabis é resultado de uma mistura genética, o que significa que a maioria das plantas modernas são híbridas, combinando traços de Sativa e Indica. 

Os criadores de sementes (breeders, em inglês) utilizam esse conhecimento que possuímos sobre genética para cruzar plantas de forma sistemática, obtendo sementes de cannabis com características específicas, conhecidas em inglês como strains. Essa diversidade genética permite uma enorme variedade de características, que os cultivadores podem selecionar de acordo com suas necessidades.


Substâncias Medicinais da Cannabis: THC, CBD e terpenos

A química da cannabis é extremamente complexa, e devido ao tabu em muitos países, os estudos sobre a planta ainda são relativamente recentes. No entanto, conforme as pesquisas avançam, mais evidências científicas sobre seus usos medicinais continuam a surgir globalmente. Ao procurar informações sobre tratamentos terapêuticos com cannabis, um tema recorrente são os canabinoides e sua interação com o Sistema Endocanabinoide, que eu expliquei logo acima. Mas, afinal… 

O que são canabinoides?

Os canabinoides são compostos químicos naturais presentes na cannabis, sendo o THC e o CBD os mais conhecidos. Estes compostos interagem com o Sistema Endocanabinoide, um importante sistema regulador presente em todos os mamíferos. Ao serem consumidos, os canabinoides se ligam aos receptores desse sistema, influenciando funções fisiológicas como dor, inflamação, ansiedade, sono e apetite, o que os torna altamente relevantes para tratamentos terapêuticos.

O que é CBD: o canabidiol é um dos principais compostos encontrados na maconha. Ao contrário do THC, o CBD não possui efeitos psicoativos, ou seja, não causa a sensação de “euforia” associada ao uso da maconha. O CBD tem sido amplamente estudado por seus potenciais benefícios terapêuticos, que incluem alívio da dor, redução da ansiedade e propriedades anti-inflamatórias.

Legenda: Potenciais benefícios do CBD.

O que é THC: o tetraidrocanabinol é o principal composto psicoativo encontrado na cannabis. É responsável pelos efeitos eufóricos que muitas pessoas associam ao consumo de maconha. Além de seu uso recreativo, o THC também possui aplicações medicinais, como o alívio de dores crônicas, estímulo do apetite e controle de náuseas.

Legenda: Potenciais benefícios do THC.

Como dito antes, os estudos sobre a cannabis ainda são muito recentes e sempre estão surgindo novidades para mexer nas estruturas do tema. Uma dessas novidades que normalmente escapam dos textos e vídeos publicados na internet sobre o uso medicinal da maconha é a importância dos terpenos.

O que são os terpenos?

Os terpenos são compostos aromáticos encontrados em muitas plantas, incluindo a cannabis. Um exemplo é o limoneno, que está presente na casca de frutas cítricas e contribui para os aromas característicos de diferentes strains de cannabis, como a famosa Lemon Haze.

Além de seu papel no aroma e sabor, os terpenos também podem ter propriedades medicinais, como efeitos anti-inflamatórios e ansiolíticos.

Legenda: Substâncias químicas da cannabis; todas podem ter uso medicinal.

Essa afirmação é defendida pela hipótese do Efeito Entourage, que sugere que os terpenos interagem com os canabinoides, como o CBD e o THC, criando uma sinergia que potencializa os efeitos terapêuticos da cannabis. Essa interação pode resultar em efeitos mais fortes e eficazes do que os obtidos com os compostos isolados. Por exemplo, o terpeno conhecido como mirceno pode aumentar a permeabilidade da barreira hematoencefálica do cérebro; em outras palavras, o mirceno permite uma maior absorção de canabinoides pelo cérebro.

Legenda: O Efeito Entourage é importante para o uso medicinal da cannabis.

Efeitos medicinais da maconha:

A cannabis possui uma ampla gama de efeitos, o que torna difícil abordar todos os tratamentos possíveis em um único texto. No entanto, alguns canabinoides, como o THC e o CBD, possuem evidências científicas comprovando sua eficácia em tratamentos de saúde específicos, entre eles:

Depressão – algumas variedades de cannabis podem ajudar a melhorar o humor e aliviar os sintomas de depressão.

Dor crônica – a cannabis é amplamente utilizada para o alívio de dores crônicas, como as associadas à artrite e fibromialgia.

Ansiedade – certos tipos de cannabis, especialmente aqueles com alto teor de CBD, são utilizados para reduzir a ansiedade e o estresse.

Epilepsia – o CBD é eficaz no tratamento de convulsões em casos de epilepsia resistente a tratamentos convencionais.

Insônia – a cannabis, especialmente variedades com altos níveis de THC, pode ajudar a induzir o sono em pessoas com dificuldades para dormir.

Náusea e Vômito – a cannabis é usada para aliviar náuseas, especialmente em pacientes submetidos a tratamentos de quimioterapia.

Prescrição de cannabis medicinal

A complexidade química da cannabis, embora inicialmente confusa, é fundamental para seu uso medicinal eficaz. Por isso, é crucial que aqueles interessados em cultivar cannabis indoor busquem orientação de profissionais especializados, como médicos e fisioterapeutas, para entender como o corpo vai reagir ao consumo de cannabis e quais substâncias devem ser priorizadas ao escolher as sementes. Isso garantirá que o cultivo atenda às necessidades terapêuticas específicas.

Embora a Cultlight não ofereça consultoria médica, eu recomendo o médico prescritor de cannabis Paulo Vinícius Carmo (CRM-GO 25040), que possui ampla experiência no atendimento a diversas condições de saúde, sendo inclusive o prescritor da minha medicação para ansiedade.


Qual semente de cannabis comprar?

Eu recomendo que cultivadores iniciantes optem por Sementes Fotoperíodo Feminizadas com o cupom “CULT10” para um desconto de 10% no site da Flora Urbana. Esse tipo de semente é desenvolvida especificamente para sempre produzir flores, sendo mais flexíveis e adequadas para aqueles que estão começando a cultivar cannabis. Para entender do que eu estou falando, é importante que você aprenda duas coisas importantes sobre a maconha:

  • A maconha é uma planta dióica, o que significa que o sexo da planta é dividido em dois indivíduos diferentes: o macho e a fêmea. As plantas macho produzem sementes e as plantas fêmeas produzem as flores, que são as partes utilizadas para fumar.
  • Na natureza, a maior parte das genéticas de maconha florescem de acordo com o fotoperíodo. Isso quer dizer que a planta passa a produzir os hormônios que geram as flores de acordo com a disponibilidade de luz. No cultivo indoor, você é o responsável por definir quantas horas de luz a cannabis vai receber.

Tipos de sementes da cannabis: regulares, feminizadas e autoflorescentes.

Agora, preciso que você entenda que, ao comprar sementes na internet, você terá à disposição um catálogo muito variado de genéticas que foram desenvolvidas para suprir diferentes necessidades. Cada genética possui características específicas que as tornam mais adequadas para diferentes formas de cultivar, dependendo dos objetivos do grower. As sementes de cannabis disponíveis para compra na internet geralmente se dividem em três categorias principais: 

  • Sementes regulares;
  • Sementes feminizadas;
  • Sementes automáticas.
Sementes Fotoperíodo Regulares:

Essas sementes crescem de maneira semelhante à cannabis na natureza, possuindo uma probabilidade de 50% de produzir plantas masculinas e 50% de produzir plantas femininas. As plantas fêmeas são responsáveis pela produção das flores, que é a parte da planta colhida para uso medicinal. Plantas masculinas geralmente são descartadas, a menos que sejam necessárias para cruzamentos e reprodução de novas sementes. Por serem fotoperíodo, essas sementes precisam de 12 horas de claridade para iniciar a floração.

Legenda: Exemplar de uma cannabis macho
Sementes Fotoperíodo Feminizadas:

Criadas através de técnicas de manipulação genética, essas sementes produzem exclusivamente plantas femininas, garantindo que todas as sementes germinem em plantas que produzem flores. Isso elimina a necessidade de identificar e descartar plantas masculinas, o que é especialmente vantajoso para cultivadores que desejam maximizar a produção de flores. Por serem fotoperíodo, essas sementes precisam de 12 horas de luz para iniciar o período de floração.

Legenda: Uma flor de maconha, que cresce somente em plantas femininas.
Sementes Automáticas:

As sementes automáticas iniciam o período de floração independentemente do tempo de exposição à luz. Diferente das sementes fotoperíodo, que exigem o ciclo de iluminação específico de 12 horas para florescer, as sementes automáticas começam a florescer após um determinado número de semanas, mesmo que não recebam a quantidade ideal de luz. Essa característica as torna ideais para cultivadores com espaço limitado ou para aqueles que buscam uma colheita mais rápida. Eu, particularmente, não sou muito fã das sementes automáticas!

Legenda: Maconhas autoflorescentes tendem a ser menores em tamanho.
Fonte: Grow Weed Easy.

Como eu disse, recomendo que growers iniciantes utilizem sementes do tipo Fotoperíodo Feminizadas por sua facilidade no controle da fotoperíodo e por não ser necessário a identificação e separação das plantas macho das fêmeas.


Como comprar sementes de cannabis: meu passo a passo

O próximo passo para definir qual semente comprar é escolher qual strain você deseja cultivar. As strains são variações de tipos de cannabis desenvolvidas ao longo de anos para terem cheiros, sabores e efeitos completamente variados. Recomendo muito que você compre sua semente no site da Flora Urbana com cupom “CULT10” para ganhar 10% de desconto. Eles possuem um ótimo atendimento ao cliente e garantia das sementes.

Para aprender qual strain comprar, existem algumas dicas pessoais que aprendi ao longo dos meus anos de cultivo. Aqui vão as dicas:

  • Marcas renomadas: busque por breeders conhecidos. A chance das sementes serem de alta qualidade é maior quando você compra de uma marca famosa. Eu, particularmente, recomendo a DNA Genetics, Black Tuna e Old School Genetics (cupom “CULT10” para 10% de desconto).
  • Qualidade Genética: recomendo que você compre sementes de strains famosas entre os cultivadores. Quanto mais gente já cultivou uma genética, mais informações estarão disponíveis em fóruns e no YouTube. Recomendo a Old Widow 90’s e a Blue D #5 (cupom “CULT10” para 10% de desconto).
  • Concentração de canabinoides: se você busca ter um efeito específico ao consumir sua cannabis, vale a pena verificar se a semente que você pretende comprar possui dominância de CBD ou de THC. Isso altera completamente a experiência da maconha.
  • Terpenos interessantes: vale a pena comprar sementes de strains que possuam cheiros agradáveis para seu gosto pessoal. Se você gosta de algum cheiro específico, tipo de frutas ou até mesmo gasolina, garanto que vai achar uma strain que te agrade!
  • Fácil acesso: não vá atrás de sementes impossíveis de conseguir. Recomendo buscar em sites no Google que possuam formas de pagamento seguras e confiáveis.
  • Baixo custo: não adianta querer comprar uma genética caríssima se você ainda está aprendendo a cultivar. Seja realista e pratique com strains de bom custo-benefício.

Além da Flora Urbana, também é possível importar sementes de cannabis através de bancos internacionais, que possuem valores mais baixo e acessíveis. Só evite comprar sementes de bancos europeus pois as encomendas desse continente costumam ser retidas pela alfândega brasileira. Sem uma licença específica para importação de sementes de cannabis, essas sementes serão enviadas à ANVISA, que procederá à sua destruição. 

É importante destacar que a importação de sementes de cannabis, embora sujeita a retenção pela alfândega, não é motivo para investigação legal de indivíduos. Portanto, caso sua encomenda seja retida, não há razões para preocupação quanto a implicações legais.


3ª etapa: Materiais Necessários para Plantar Cannabis: montando seu kit de cultivo indoor

Plantar maconha é uma atividade que exige planejamento detalhado e compromisso, especialmente para garantir a qualidade e eficácia do cultivo sem ter gastos desnecessários. Por isso, ao longo dos anos, os cultivadores experientes aprenderam quais equipamentos são essenciais para garantir o sucesso no cultivo indoor, maximizando a produtividade e minimizando os riscos. Eu já cultivo há mais de 6 anos, e é exatamente com essa experiência que vou te ajudar a montar o kit perfeito para plantar maconha.

No cultivo de cannabis indoor, a capacidade de controlar fatores como iluminação, umidade e temperatura com precisão científica é fundamental. Esse controle é o que permite aos cultivadores criar um ambiente otimizado que promove o crescimento saudável e a produção de cannabis de alta qualidade.

Abaixo, segue a lista de equipamentos essenciais para plantar cannabis:

Caso você tenha interesse em comprar um Kit de Cultivo Indoor com equipamentos de alta qualidade e econômicos, a Cultlight oferece diversas opções acessíveis, para todos os tamanhos de grow. Nossa loja possui um desconto de 5% para todos os itens com o cupom “CULTIVAR”.

O método apresentado neste manual de cultivo de cannabis tem como objetivo:

  • Produzir cerca de 80 gramas de flores de alta qualidade por colheita.
  • Manter a produtividade da estufa por 5 anos.
  • Utilizar materiais duráveis, evitando desperdícios.
  • Concluir cada ciclo de cultivo em 3 a 4 meses, possibilitando 3 a 4 colheitas por ano.
  • Investir cerca de R$ 2.035, com um acréscimo de R$ 60 mensais na conta de luz. Esses custos iniciais e operacionais refletem um excelente custo-benefício, especialmente quando comparados aos métodos tradicionais de obtenção de cannabis medicinal.

Materiais para Cultivo Caseiro de Cannabis

Espaço Disponível:

Antes de iniciar seu cultivo indoor, é essencial planejar cuidadosamente onde instalar sua estufa. O ambiente deve permitir fácil circulação para o manuseio de vasos e equipamentos de jardinagem sem interferir na sua rotina. Além disso, o espaço precisa ter tomadas adequadas para conectar LEDs, exaustores e outros equipamentos necessários. Considere também a prevenção de ruídos e odores, especialmente se o cultivo for realizado em áreas residenciais.

Muitos cultivadores iniciantes cometem o erro de planejar a produção baseando-se apenas no número de plantas, ignorando o espaço e a quantidade de luz disponíveis. Isso pode levar a estufas superlotadas e com pouca luz, o que afeta negativamente a qualidade e rendimento da colheita. 

Tendo em mente o espaço a ser utilizado no cultivo indoor, basta descobrir a melhor iluminação para ele e começar a plantar cannabis!

Para definir qual estufa e qual iluminação escolher, eu recomendo as configurações de Kit de Cultivo Indoor abaixo:

  • Estufa de 40×40 cm com 65W produz 35 g – 80 g de flores.
  • Estufa de 60×60 cm com 120W produz 60 g – 160 g de flores.
  • Estufa de 80×80 cm com 240W produz 120 g – 320 g de flores.
  • Estufa de 100×100 cm com 320W produz 160 g – 320 g de flores.
  • Estufa de 120×120 cm com 480W produz 240 g –  580 g de flores.
Legenda: Um cultivo indoor de maconha pode caber até dentro de um armário.

Estufa de Cultivo:

Uma tenda de cultivo de qualidade é essencial para isolar o grow do ambiente externo e permitir o controle preciso das condições climáticas, como umidade e temperatura. Revestimentos reflexivos e isolantes são fundamentais para maximizar a luz disponível para as plantas e manter a temperatura estável. 

Particularmente, eu não acho que vale a pena montar sua própria estufa de cultivo em casa. Eu já tive essa experiência e, apesar de ser mais barato, o resultado final não é nada prático ou resistente.

Para escolher o tamanho ideal da sua estufa, leve em consideração o espaço disponível na sua casa e o número de plantas que deseja cultivar. Por exemplo: a Estufa Garden HighPro PROBOX Basic, disponível no site da Cultlight, tem as dimensões de 60x60x200 cm e pode comportar por volta de duas plantas de cannabis adultas. Sua estrutura é feita de alumínio patenteado, aguentando até 28kg. 

Ela é revestida em mylar perolado premium, garantindo isolamento térmico e reflexividade luminosa de 97%. A Estufa PROBOX possui entrada para cabos de energia elétrica e acessos para exaustão, além de ter o fundo à prova d’água. 

Visão diagonal da estufa de cultivo Garden HighPro. O produto é retangular e feito de material preto. Através da porta da tenda, que está aberta, é possível ver que o material interior é refletivo, na cor prateada.

Fonte de Iluminação:

A escolha da luz correta é um dos fatores mais importantes para o sucesso do cultivo indoor de cannabis, influenciando diretamente o crescimento, a saúde e a produtividade das plantas. No mercado, as duas opções mais populares de iluminação são as lâmpadas de LED (Light-Emitting Diodes) e as lâmpadas de sódio de alta pressão (HPS – High-Pressure Sodium).

As lâmpadas de LED, especialmente os painéis Quantum Board, se destacam por sua eficiência energética e durabilidade. Esses painéis são equipados com chips de LED Samsung, como o LM301H, que distribuem luz uniformemente, emitindo comprimentos de onda específicos que atendem às necessidades de cada fase do crescimento, desde a vegetação até a floração. Isso garante que as plantas recebam o espectro de luz ideal para maximizar a fotossíntese, resultando em plantas mais saudáveis e produtivas.

Para cultivar até duas plantas de maconha, eu recomendo que você utilize o painel de LED 65W com chip LM301H. Esse painel é perfeito para uma Estufa de Cultivo de 60x60x200 cm. Caso você deseje cultivar mais do que duas plantas, recomendo ler este artigo que ensina a escolher o painel de LED ideal para cultivo indoor.

Eu sei que você poderia visitar o Aliexpress ou o Mercado Livre e comprar painéis semelhantes ao que recomendei gastando menos dinheiro, mas preciso te avisar que existem muitos produtos de baixa qualidade, com chips de LED falsificados e anúncios literalmente enganosos. É por experiência própria que digo que ter um produto de qualidade inferior faz total diferença na quantidade de flor que as plantas de cannabis produzem.

Se você busca otimizar seus recursos financeiros e ter rendimentos condizentes com o valor do produto, vale a pena investir em um LED de alta qualidade produzido pela Cultlight. O nosso atendimento ao cliente é nosso orgulho, e também oferecemos garantia de 1 a 3 anos. Dá uma olhada no que nossos clientes falam dos nossos produtos:

Além dos painéis de LED, existe outra opção de iluminação para cultivo indoor, que são as lâmpadas HPS. Embora utilizadas por cultivadores há bastante tempo, estas lâmpadas emitem uma luz amarela intensa que gera muito mais calor. Esse excesso de calor pode estressar as plantas e exigir um sistema de exaustão mais robusto, aumentando os custos operacionais a longo prazo. Além disso, apesar de terem um custo inicial mais baixo, as lâmpadas HPS são menos eficientes em termos de consumo de energia e durabilidade, o que as torna uma opção menos econômica ao longo do tempo.

Legenda: Aparência de uma lâmpada HPS.

Muitos cultivadores tentam economizar observando apenas o baixo custo inicial e começam com as lâmpadas de HPS, mas as Quantum Boards modernas são muito mais eficientes do que as HPS.

Isso significa que, a longo prazo, as lâmpadas das Quantum Boards são as vencedoras quando o quesito é economia nos gastos. Dá uma olhada nesse gráfico que produzi para meu TCC na Universidade Federal Fluminense.

Foram comparadas duas opções equivalentes de iluminação:

  • Em azul, a Quantum Board de 240W, com chips Samsung LM301H, luzes suplementares de espectro infravermelho e far-red. 
  • Em vermelho, a lâmpada Philips Master Greenpower 400W SE 230V com refletor Hortiline Northstar e um reator da Gavita Digi Star 400. 
Legenda: Gráfico comparando os custos entre iluminação de LED e HPS.

Em cerca de 11 meses, os custos operacionais das lâmpadas HPS superam os gastos iniciais maiores das Quantum Boards de LED, tornando as Quantum Boards a opção mais econômica e sustentável para cultivo indoor.

Sistema de Exaustão:

A exaustão é um dos fatores fundamentais para a manutenção de um ambiente de cultivo saudável e eficiente. Muitos cultivadores iniciantes hesitam em investir em um bom sistema de exaustão para cultivo indoor, mas sem ele, as plantas podem sofrer sérias consequências, incluindo doenças, infestação de pragas e até mesmo a interrupção do crescimento.

A fotossíntese, que é um processo essencial para o crescimento das plantas, depende de um fornecimento constante de dióxido de carbono (CO₂) e oxigênio (O₂). Em um cultivo indoor sem exaustão adequada, o ar torna-se rapidamente saturado, impedindo que as plantas obtenham os gases de que precisam, o que pode prejudicar o crescimento delas. Além disso, o acúmulo de ar quente e úmido ao redor das folhas cria um ambiente propício para o desenvolvimento de pragas e patógenos.

Imagine investir dinheiro numa iluminação de LED de última geração e ter os resultados da colheita afetados por um problema tão simples.

Legenda: Representação do funcionamento da exaustão de um cultivo indoor.

Um sistema de exaustão eficaz é composto por dois elementos principais:

Exaustores de Saída: responsáveis por expulsar o ar saturado e quente da estufa, mantendo uma troca constante de gases. É crucial escolher um exaustor com a capacidade de vazão adequada para empurrar o ar através do filtro de carvão. Para uma estufa de 60×60×200 cm, por exemplo, recomenda-se um exaustor com capacidade mínima de 108 m³/h, como o Exaustor Turbo Garden HighPro 125mm, disponível na loja da Cultlight.

Visão diagonal do exaustor de ar Garden HighPro. O produto é cilíndrico e feito de material preto por fora. Dentro dele, existem hélices triangulares e amarelas.

Exaustores de Entrada: garantem a entrada de ar fresco e rico em CO₂ na estufa. Embora possa parecer redundante, um exaustor de entrada é essencial para manter um fluxo constante de ar fresco, especialmente em estufas pequenas onde o espaço para ventilação natural é limitado. Para uma estufa de 60×60×200 cm, um exaustor de entrada com capacidade mínima de 30m³/h é recomendado, como o Exaustor Axial Garden HighPro 100mm.

Visão diagonal do exaustor de ar Garden HighPro. O produto é cilíndrico e feito de material preto por fora. Dentro dele, existem hélices triangulares e amarelas.

Filtro de Carvão:

A cannabis é uma planta muito aromática, e seu cheiro pode atravessar portas e janelas, chegando em outras casas. Como o cultivo de cannabis ainda é ilegal no Brasil, discrição é uma qualidade essencial, então é muito comum que cultivadores utilizem filtros de carvão especiais para suas estufas.

Para uma estufa de 60x60x200 cm, eu recomendo utilizar o Filtro de carvão ativado Garden HighPro 125mm 250m³/h, que é altamente eficaz na remoção de odores indesejados, garantindo a discrição do cultivo. Não se esqueça que você precisa encaixar o filtro de carvão no exaustor de saída para que o ar de dentro da estufa não vá para o lado de fora!

Visão diagonal do filtro de carvão Garden HighPro. O produto é cilíndrico, branco no meio e preto nas pontas, possuindo um buraco no meio para encaixar os dutos de ar. Existe um recorte lateral na imagem para mostrar as múltiplas camadas interiores de filtragem.

Sistema de Ventilação:

Manter o ambiente do cultivo com o ar em movimento é essencial para complementar a função dos exaustores e garantir a saúde das plantas. Muitos cultivadores iniciantes acham que não precisam de ventilador no cultivo indoor mas, na natureza, as plantas estão constantemente expostas ao vento, que, em doses controladas, ajuda a fortalecer os galhos e a prevenir a fixação de pragas nas folhas. No entanto, é importante ajustar a ventilação para evitar que o vento seja forte demais, o que pode causar queimaduras nas folhas, um problema conhecido como ‘windburn’.

Para seu cultivo indoor, recomendamos uma opção simples e confiável, como o Mini ventilador de mesa Ventisol. Este ventilador pode ser facilmente instalado no chão ou fixado em superfícies graças ao seu clipe fixador, proporcionando flexibilidade na direção e intensidade do fluxo de ar.

Vasos de Planta:

A escolha dos vasos de planta é um fator muito importante para o sucesso do cultivo de cannabis. Existem vasos de vários materiais, sendo os mais comuns os de plástico e de feltro, cada um com suas vantagens.Para um cultivo econômico eu recomendo que você use os vasos de plástico devido à sua durabilidade, custo-benefício e capacidade de reter água de maneira eficiente.

Recomendo o uso de três vasos diferentes ao longo do ciclo de cultivo: 

  • Um copo de 500 ml a 700 ml para a germinação;
  • Um vaso menor de 5 L para o início do cultivo;
  • Um maior de 11 L para quando as plantas crescerem.

Dê preferência a vasos mais compridos, pois as plantas de cannabis tendem a desenvolver melhor suas raízes nesses vasos do que nos mais largos e rasos.

Vaso de 5 L e Vaso de 11 L.

Substrato:

O substrato é o material a partir do qual as plantas extraem os nutrientes necessários para o crescimento saudável. No cultivo de cannabis, a escolha do substrato é fundamental para garantir o desenvolvimento vigoroso das plantas. 

O tipo mais comum de substrato é o solo orgânico, rico em nutrientes provenientes de adubos naturais e matéria orgânica como cascas de legumes. Esse tipo de solo proporciona um ambiente equilibrado e cheio de biodiversidade para o desenvolvimento das raízes, promovendo uma boa retenção de umidade e aeração.

Além do solo orgânico, existem outras opções de substratos para cultivo indoor, como solos inertes, que necessitam de fertilização contínua com vitaminas e minerais, e sistemas hidropônicos, onde as plantas crescem em água enriquecida com nutrientes, sem a utilização de solo. 

Cada tipo de substrato oferece vantagens específicas; por exemplo, os solos inertes permitem um controle preciso dos nutrientes, enquanto alguns estudos indicam que o solo orgânico permite que as flores sejam mais saborosas e cheirosas.

Entre as opções disponíveis, o super solo orgânico se destaca como a alternativa mais econômica e prática, especialmente para cultivadores iniciantes. Esse tipo de solo é chamado de “super” pois é preparado com todos os nutrientes necessários para todo o ciclo de vida das plantas, eliminando a necessidade de fertilização adicional e o uso de medidores de pH e PPM, que são essenciais em outros tipos de substrato. Ao utilizar super solo orgânico, você garante uma base nutricional sólida para suas plantas com o mínimo de manutenção.

Neste guia, utilizamos três vasos de tamanhos diferentes: um copo de 500 ml a 700 ml para germinação, um vaso de 5 L para o início do cultivo e outro de 11 L para estágios de crescimento mais avançados.  Então lembre-se de comprar pelo menos 15 litros de substrato.

Eu sempre recomendo aos meus clientes que montem seu próprio substrato orgânico pois essa é a forma mais econômica de cultivar. Mas existem ótimas opções de super solo orgânico feitas por empresas brasileiras! Uma das minhas indicações é o Substrato Orgânico da Dedo Verde. Além de comprar um produto de qualidade, você ainda pode usar o cupom “CULT” para obter 5% de desconto!

Termo-higrômetro:

O termo-higrômetro é uma ferramenta indispensável para qualquer cultivo indoor de cannabis para permitir o controle preciso da temperatura e da umidade, que são fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento saudável das plantas.


O termo-higrômetro da Garden HighPro é um investimento altamente recomendável para garantir essas condições ideais. Em breve neste Guia, ensinarei como utilizar esse instrumento para maximizar os resultados do seu cultivo.

Visão diagonal do Termo-higrômetro ProHygro, confeccionado em material preto, com a logo da Garden HighPro amarela na parte de baixo. O produto possui três botões e uma tela contendo as informações relativas à temperatura e à umidade do ar.

Timer:

O uso de um timer é fundamental para automatizar o cultivo indoor de cannabis, garantindo que as plantas recebam a quantidade ideal de luz em cada fase de crescimento. O controle preciso do fotoperíodo é essencial para sincronizar a luz com o ciclo natural das plantas, promovendo uma fotossíntese eficiente e uma floração saudável.

Durante a fase vegetativa, recomendo um ciclo de luz de 18 horas ligadas e 6 horas desligadas, enquanto na fase de floração, o ciclo deve ser ajustado para 12 horas de luz e 12 horas de escuridão. Eu recomendo este modelo de Timer analógico de 24 horas, ideal para ser usado com os painéis de LED, garantindo que o ciclo de luz seja mantido de forma consistente e precisa.

Esse controle automatizado não só facilita o manejo do cultivo como também evita erros comuns que podem prejudicar o crescimento das plantas, como a floração precoce ou o alongamento excessivo dos caules.

Timer analógico para cultivo feito de material branco. Na parte superior frontal, existe um interruptor circular com as marcações relativas às 24 horas do dia. Na parte inferior frontal, existe uma tomada de três pinos fêmea, enquanto na parte inferior traseira existe uma tomada de três pinos macho para conectar o produto da energia.

Custo Total do Cultivo Indoor:

Colocando todos os gastos que apresentei acima em uma planilha, o investimento inicial para um cultivo básico e eficiente de cannabis indoor que produz cerca de 80 gramas a cada ciclo gira em torno de R$ 2.547. Depois que investir nos equipamentos, o único custo adicional será o aumento mensal de R$ 60 na conta de energia elétrica e, eventualmente, algum fertilizante.

Esse investimento é rapidamente recuperado quando consideramos o custo-benefício do autocultivo, que oferece controle total sobre a qualidade do produto final, garantindo um retorno significativo em termos de saúde e economia.

Para facilitar ainda mais seu início no cultivo, a Cultlight está oferecendo um cupom de 5% de desconto em suas compras. Basta inserir o código ‘CULTIVAR’ na fase de pagamento para aproveitar essa oportunidade.

A média de valor dos custos para montar um cultivo indoor de cannabis é de 2095 reais.
Legenda: Tabela de custos do cultivo indoor da Cultlight.

CUPOM DE DESCONTO:

CULTIVAR

Lembre-se de que esta configuração de kit de cultivo é apenas a mais básica; temos uma gama completa de produtos que atendem a diferentes necessidades de cultivo indoor. Se precisar de ajuda para planejar um cultivo maior ou tiver qualquer dúvida, entre em contato conosco pelo WhatsApp. Estamos à disposição para ajudar você a iniciar seu grow com o pé direito.

Chama lá!

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4ª etapa: Como Instalar um Kit de Cultivo Indoor: passo a passo

Agora que você adquiriu a estufa, a iluminação de LED, o substrato e todos os materiais necessários para o cultivo perfeito de cannabis, é hora de instalar todos esses equipamentos. Com o planejamento correto e seguindo as dicas certas, essa etapa se torna uma das mais divertidas e gratificantes, além de ser crucial para garantir o sucesso do seu cultivo.


Ferramentas necessárias para montar seu cultivo de maconha:

  • Fita métrica ou trena: essencial para medir a distância correta de itens como a altura que vai pendurar sua Quantum Board, garantindo a precisão no posicionamento.
  • Chave de fenda: necessária para aparafusar itens e garantir que tudo esteja seguro no lugar. Certifique-se de usar a chave adequada para os parafusos dos seus equipamentos.
  • Tesoura: útil para abrir pacotes, você vai querer ter uma ao seu lado.
  • Colher: ajuda a transferir o substrato para os vasos de planta sem fazer sujeira, facilitando o processo e mantendo o ambiente limpo.

Montagem da Tenda de Cultivo

O primeiro passo para iniciar seu cultivo indoor é a montagem da estufa. A maioria das tendas no mercado possui um design semelhante, com hastes metálicas de tamanhos diferentes que compõem a estrutura. As hastes verticais geralmente vêm separadas em duas partes. Recomendo seguir as instruções do manual abaixo para garantir que a estufa seja montada corretamente e de forma estável.

  • Identifique os diferentes tipos de haste e monte o alicerce da estufa utilizando os conectores de plástico.
  • Depois de montar a estrutura metálica, basta cobri-la com a lona que formará as “paredes” da estufa. Garanta que o material está bem ajustado ao formato da tenda.
  • Posicione a estufa no local escolhido para o cultivo indoor.

Se você comprou uma Estufa na loja da Cultlight, o tempo total de montagem deve durar cerca de 10 minutos.

Legenda: Manual de montagem da Estufa de Cultivo Garden HighPro.

Instalação da Exaustão

O próximo passo é a instalação da exaustão do cultivo indoor. Esta etapa é crucial para garantir que sua planta receba o fluxo adequado de ar fresco e para evitar o acúmulo de calor e umidade. Lembre-se de que a exaustão correta afeta diretamente a saúde e o crescimento das plantas. 

Se você seguiu nossa recomendação de comprar um exaustor de entrada e outro de saída, agora é hora de instalá-los corretamente para maximizar a eficiência da troca de gases e manter o ambiente de cultivo dentro dos parâmetros ideais.

  • O exaustor de saída empurra a atmosfera saturada de dentro da estufa para o lado de fora. Como o ar quente é mais leve que o ar frio, esse equipamento deve ser instalado na parte superior da tenda. Para isso, basta abrir os cordões que regulam a abertura de exaustão, inserir o exaustor dentro, apertar o cordão novamente e ligar o aparelho na energia elétrica. Lembre-se que é junto do exaustor de saída que você deve instalar o filtro de carvão.
  • O exaustor de entrada puxa ar fresco do lado de fora da estufa, aumentando a eficiência da troca de atmosfera no seu cultivo. Ele é instalado embaixo pois o ar da parte debaixo da estufa é mais frio do que o resto do ambiente. O exaustor deve ser instalado preferencialmente no lado oposto ao exaustor de saída.
Legenda: Local onde se deve inserir o exaustor de saída.
Legenda: Local para inserir os exaustores de entrada de ar.

Instalação do Ventilador dentro da Estufa

Instalar um ventilador dentro da estufa é essencial para garantir uma circulação de ar adequada, o que ajuda a afastar pragas e fortalece o caule das plantas. O ventilador deve ser posicionado de forma que o ar sopre suavemente sobre as plantas, evitando problemas como queimaduras de vento (windburn). Ajuste a intensidade e a direção do fluxo de ar para garantir que todas as áreas da estufa recebam ventilação uniforme.

Legenda: O ventilador deve ser posicionado para soprar levemente as plantas de maconha.

Enchendo os Vasos com o Substrato

  • Nesta etapa, encha os vasos com o substrato, garantindo que ele permaneça solto e arejado para promover a circulação de ar e a saúde das raízes. 
  • Evite compactar o substrato, pois as raízes de cannabis precisam de oxigênio para crescer de forma saudável. 
  • Também recomendo não preencher o vaso até a borda! Deixe um espaço livre entre a borda e a superfície do substrato para acomodar o crescimento inicial das mudas. 
  • Após preencher o vaso, umedeça levemente o substrato com um copo de água para iniciar o processo de enraizamento da semente que será germinada, mas tome cuidado para não encharcá-lo.

Instalação do Painel de LED

Instalar corretamente o painel de LED é crucial para garantir que suas plantas de cannabis recebam a iluminação necessária para um crescimento saudável. Se você adquiriu os painéis de LED Quantum Board da Cultlight, siga as etapas a seguir para a instalação:

  1. Prenda os ganchos dos penduradores nos quatro cantos da Quantum Board.
  2. Pendure o painel nas hastes do teto da estufa.
  3. Regule a altura do painel de LED utilizando os ganchos ajustáveis, mantendo-o a uma distância de 60 cm da superfície do vaso de planta.
  4. Conecte o cabo do painel ao driver de energia e passe os cabos para fora através das saídas da estufa.
  5. Conecte o driver à energia elétrica.

Lembre-se de ajustar a altura do painel conforme as plantas crescem, mantendo uma distância entre 30 cm e 60 cm do topo das plantas para evitar estresse por calor e garantir uma fotossíntese eficiente.

Legenda: Manual dos painéis de LED Quantum Board da Cutlight.

Instalação do Temporizador no Painel de LED

A instalação de um temporizador no painel de LED é fundamental para automatizar o ciclo de luz do seu cultivo indoor, garantindo que as plantas recebam a quantidade ideal de luz e escuridão necessária para seu desenvolvimento. 

No início do cultivo, configure o temporizador para 16 horas de luz e 8 horas de escuridão, o que é ideal para a fase vegetativa. À medida que as plantas crescem e entram na fase de floração, ajuste o ciclo para 12 horas de luz e 12 horas de escuridão.

Dicas para Verificar se o Growroom está Montado Corretamente

Antes de iniciar a cultivar, é crucial verificar se sua estufa está montada corretamente para garantir a segurança e o sucesso do grow. Siga estas etapas para uma verificação completa:

  1. Cheque todas as conexões, cabos elétricos, ganchos e penduradores para garantir que tudo esteja seguro e no lugar, prevenindo possíveis acidentes.
  2. Ligue todos os aparelhos elétricos e deixe-os funcionando por 1 hora para verificar se tudo está operando conforme esperado.
  3. Verifique se há vazamentos de luz dentro da estufa. Para isso, entre na estufa e peça para alguém fechar a porta com a luz do lado de fora ligada. Certifique-se de que não haja nenhum raio de luz penetrando o interior.

Essas verificações ajudarão a garantir que sua estufa esteja pronta para proporcionar um ambiente seguro e eficiente para o crescimento das plantas.


5ª etapa: Passo a Passo para Plantar Maconha

A principal vantagem do cultivo indoor de cannabis é a capacidade de controlar precisamente as condições de crescimento da planta, superando desafios como temperatura e umidade. Para garantir um cultivo econômico e bem-sucedido, é essencial adquirir conhecimentos sobre monitoramento ambiental, nutrição e técnicas de manejo para otimizar o crescimento e a produção.

É com este Guia que você vai aprender a plantar maconha!Sua estufa já está montada, todos os equipamentos estão em posição e os vasos já estão cheios de terra: finalmente é hora de começar a cultivar! Fazer as sementes de cannabis germinarem é uma tarefa simples, mas que requer a devida atenção para garantir que a planta se desenvolva da forma esperada e que seu investimento em sementes caras não seja desperdiçado.


As Três Fases da Vida da Cannabis: 

Estágio de semente e muda: 

Ao brotar, o metabolismo da planta é ativado, e as raízes começam a se desenvolver. Este estágio é delicado e dura cerca de duas a três semanas, terminando quando a planta se torna mais robusta, com o formato das folhas já definido. 

Durante esse período, é crucial manter o cultivo sob 16 horas de luz e 8 horas de escuridão, além de monitorar a umidade e temperatura para evitar estresses na planta.

Legenda: Aparência de uma muda de maconha.

Estágio vegetativo:

Durante o estágio vegetativo, o caule da cannabis se alonga, novas folhas e ramos surgem, e as raízes se desenvolvem intensamente. Essas estruturas vegetais são essenciais para a absorção de nutrientes, tornando as plantas cada vez maiores e mais resistentes. 

No cultivo indoor, a fase vegetativa pode ser prolongada conforme desejado, uma vez que o avanço para a floração depende da quantidade de horas de luz. Para garantir a saúde da planta, é recomendável expô-la a 18 horas de luz diárias, seguidas por 6 horas de escuridão. Monitorar o crescimento e o equilíbrio nutricional durante essa fase é muito importante para evitar problemas como estiramento excessivo ou deficiências nutricionais.

Legenda: Plantas de maconha durante o estágio vegetativo.

Estágio de floração:

O estágio de floração é a fase mais importante no cultivo indoor, onde as flores começam a se desenvolver plenamente, produzindo os canabinoides, terpenos e outros compostos que fazem desta planta um recurso valioso para a medicina. 

Na natureza, a cannabis entra em floração durante o outono, quando os dias se tornam mais curtos e as noites mais longas. Para replicar essas condições em um cultivo indoor, é necessário ajustar o fotoperíodo para 12 horas de luz e 12 horas de escuridão.

Esse estágio geralmente dura entre 7 e 10 semanas, período durante o qual é importante monitorar a nutrição e a umidade, garantindo que as plantas recebam os nutrientes necessários para o desenvolvimento das flores e que o ambiente esteja protegido contra mofo e outras doenças. À medida que a floração avança, observe os sinais de maturação, como a mudança na cor dos pistilos e tricomas, que indicam o momento ideal para a colheita. Vou falar disso mais pra frente neste Guia!

Vale lembrar que as plantas geradas a partir de sementes automáticas são uma exceção quanto ao ciclo de 12 horas de luz, pois elas se desenvolvem e florescem de forma independente da quantidade diária de iluminação, seguindo seu ciclo genético predeterminado.

Legenda: Maconha no final da floração.

Como Plantar e Germinar Sementes de Maconha?

Fazer as sementes de cannabis germinarem é uma tarefa simples, mas que requer a devida atenção para garantir que a planta se desenvolva da forma esperada e que seu investimento em sementes caras não seja desperdiçado.

Para iniciar o processo de embebição, onde o metabolismo da semente de cannabis é ativado através da água, elas precisam estar úmidas o suficiente. Outros fatores importantes para iniciar esse processo são a temperatura do ambiente, que idealmente deve estar entre 27 e 30 graus Celsius, e que as sementes tenham contato com oxigênio, então elas não podem ser afogadas ou sufocadas em terra.

Existem várias técnicas para germinar sementes de cannabis, mas eu sempre recomendo um método baseado neste artigo científico, que minimiza possíveis problemas. Para germinar a semente, você vai precisar dos seguintes materiais:

  • Papel toalha: proporciona um ambiente úmido e respirável para as sementes.
  • Água oxigenada 3% (10 volumes): ajuda na esterilização das sementes e melhora a absorção de oxigênio.
  • Desinfetante: usado para esterilizar os utensílios, evitando contaminações.
  • Prato: serve de base para as sementes durante a germinação.
  • Colher: facilita o manuseio das sementes sem danificá-las.
  • Copo: utilizado para o processo de embebição inicial das sementes.
Legenda: Aparência das sementes de maconha brotando.

Passo a passo para germinar sementes de cannabis:

1) Comece enchendo um copo com ½ colher de chá de água oxigenada 3% (10 volumes) e 1 colher de água.

2) Coloque as sementes na solução e deixe-as por 12 a 16 horas. Esse processo esteriliza a superfície das sementes e melhora a absorção de oxigênio, preparando-as para uma germinação saudável. Após esse período, as sementes devem estar ligeiramente mais inchadas, sinalizando que estão prontas para a próxima etapa.

3) Depois do período na água oxigenada, pegue o prato e a colher os esterilize com desinfetante. Lave as mãos com água e sabão. A germinação de uma semente pode ser comparada ao nascimento de um bebê, então essas medidas simples possuem uma eficiência incrível.

4) Coloque 3 folhas de papel toalha sobre o prato. Usando a colher esterilizada, retire as sementes do copo e coloque-as suavemente sobre o papel. Cubra as sementes com mais 2 folhas de papel toalha.

5) Umedeça o papel toalha com água, mas sem encharcar, para garantir que as sementes fiquem em contato tanto com água quanto com oxigênio. O papel deve estar úmido ao toque, mas sem liberar água ao ser pressionado.

6) Coloque o prato com as sementes em um lugar escuro e arejado, como o chão da estufa, por exemplo.

7) De 6 em 6 horas, cheque se o papel toalha continua úmido. Caso seja necessário, use um pouco mais de água para umedecê-lo.

8) Após cerca de 12 horas no papel toalha, as sementes devem começar a germinar. Espere mais 4 horas para garantir que estejam no ponto ideal para o plantio. 

9) Para plantar, abra um buraco de cerca de 15 mm de profundidade no centro do vaso. Lave bem as mãos e, com muito cuidado, retire a semente do papel toalha e coloque-a no buraco. Cubra levemente com o solo, certificando-se de que a terra não está comprimida sobre a semente, para permitir que a raiz se desenvolva livremente.

10) Manuseie os brotos de cannabis com extremo cuidado neste estágio, pois a raiz principal que emerge da semente é extremamente sensível. Qualquer dano a essa raiz pode comprometer o desenvolvimento de todo o sistema radicular, afetando a saúde e o crescimento da planta.

11) Regue as sementes com cuidado pois as raízes ainda não estão firmes no solo e podem acabar sendo movidas para o fundo do vaso. É muito comum perder sementes assim, então se possível regue com um borrifador. As mudas precisam de água mas também precisam de oxigênio, cuidado para não afogá-las.


Garantindo a Iluminação Correta no Cultivo Indoor: ajuste de PPFD

A cannabis é altamente eficiente na absorção de luz. Quanto mais iluminação, mais a cannabis foca suas energias na produção de estruturas vegetais, especialmente flores. Para otimizar a luz durante os diferentes estágios de crescimento, é essencial aprender a ajustar a altura da iluminação

Apesar de ser tentador posicionar o painel de LED o mais próximo possível das plantas, isso pode causar danos por excesso de luz. Seguir as recomendações do fabricante sobre a distância ideal é fundamental para evitar problemas.

Ao utilizar a medição de iluminação através do PPFD, você vai poder aproveitar todo o potencial de um painel de LED Quantum Board, uma vez que a maior parte deles possuem variadores de luminosidade, também conhecidos como dimmers. Isso possibilita ajustar a luz do seu painel para alcançar a potência ideal para cada estágio do cultivo, possibilitando assim, um menor consumo de energia nos estágios antes da floração.

Como Medir o PPFD: potência da iluminação no cultivo indoor

Vou te ensinar uma forma de garantir que a intensidade da luz no cultivo de cannabis está nos valores ideais através da métrica de PPFD (densidade de fluxo de fótons fotossintéticos).

O PPFD é uma métrica que mede a quantidade de fótons de luz disponíveis para fotossíntese a cada segundo. O valor de PPFD varia conforme a altura da fonte de luz. Por isso, recomendo que você utilize seu celular para medir o PPFD e achar a altura ideal para seu painel de luz.

Eu utilizo o aplicativo Photone, que oferece uma alternativa acessível e precisa aos medidores profissionais, que são bem caros. Para usá-lo, posicione o celular sob a luz e faça medições tanto no centro quanto nas laterais do cultivo, garantindo que todas as áreas recebam luz adequada.

Altura e PPFD Ideais no Estágio de muda:

Durante a fase de muda, a iluminação deve proporcionar um PPFD entre os valores de 100 e 300 μmol/m²/s. Caso não possua um medidor de PPFD, mantenha a luz a uma altura entre 60 e 90 centímetros do topo das mudas. Recomendo verificar regularmente a temperatura do cultivo para evitar a desidratação das mudas.

Altura e PPFD Ideais no Estágio vegetativo:

No estágio vegetativo, o valor de PPFD deve variar entre 300 e 600 μmol/m²/s. Caso não possua medidor de PPFD, mantenha a luz posicionada entre 30 e 60 centímetros do topo das plantas.

Altura e PPFD Ideais no Estágio de Floração:

Na fase de floração, o PPFD ideal é entre 600 e 900 μmol/m²/s. Caso não possua medidor de PPFD, a iluminação deve ser posicionada entre 30 e 45 centímetros do topo das plantas. Durante a floração, as plantas tendem a crescer significativamente para se aproximar da luz. Ajuste a altura conforme necessário, mas evite mudanças constantes.


Temperatura e Umidade Ideais para Cultivo de Maconha: 

O controle preciso da temperatura e umidade é essencial para garantir o sucesso do cultivo indoor de cannabis pois esses fatores influenciam diretamente o crescimento e a saúde das plantas. Para monitorar e ajustar essas condições de forma eficaz, é fundamental utilizar um termo-higrômetro, que mede tanto a umidade relativa do ar quanto a temperatura do ambiente. 

O uso desse instrumento é simples e permite que você mantenha o ambiente de cultivo dentro das faixas ideais para cada estágio do ciclo de vida da planta.

Temperatura e umidade ideais no estágio de muda e no estágio vegetativo:

Durante os estágios de muda e vegetativo, é crucial manter a temperatura do cultivo entre 21°C e 29°C e a umidade relativa do ar entre 50% e 70%. Esses parâmetros garantem que as mudas se desenvolvam com vigor e que as plantas na fase vegetativa maximizem a fotossíntese e o desenvolvimento radicular. 

Utilize o termo-higrômetro para monitorar continuamente esses valores e ajustar o ambiente conforme necessário, evitando estresses que possam comprometer o crescimento das plantas.

Legenda: Infográfico com os valores para a fase de broto e fase vegetativa da maconha.

Temperatura e umidade ideais no estágio de floração: 

Durante o estágio de floração, a temperatura ideal para o cultivo de cannabis deve ficar entre 20°C e 25°C, enquanto a umidade relativa do ar deve ser mantida entre 40% e 50%. Esses parâmetros são fundamentais para garantir a produção de flores de alta qualidade, ricas em canabinoides e terpenos. 

Uma umidade controlada ajuda a prevenir problemas como mofo, enquanto a temperatura ideal promove a resinagem das flores, resultando em um produto final de excelência. Use o termo-higrômetro para monitorar essas condições e ajustar o ambiente conforme necessário.

Legenda: Infográfico com os valores para a fase de floração da maconha.

Para alcançar o equilíbrio ideal entre temperatura e umidade no seu cultivo indoor, pode ser necessário utilizar equipamentos adicionais. Um ar condicionado é uma excelente opção para reduzir a temperatura em ambientes mais quentes e também pode ajudar a diminuir a umidade. 

Se a umidade estiver muito baixa, considere usar um umidificador para aumentar a umidade relativa do ar. Por outro lado, se a umidade estiver muito alta, um desumidificador será a solução ideal para evitar problemas como mofo e doenças fúngicas. Certifique-se de escolher equipamentos dimensionados adequadamente para o tamanho do seu cultivo para garantir que o ambiente seja mantido dentro dos parâmetros ideais. 

Eu sei que é difícil manter a temperatura e umidade nos valores corretos. O que eu quero que você entenda é que, assim como nós, a cannabis é um ser vivo que precisa de um ambiente agradável e livre de estresse para render ao máximo. Um controle preciso da temperatura e umidade ao longo do cultivo resultará em plantas mais saudáveis e em um produto final de alta qualidade, com maior rendimento e um perfil de canabinoides mais robusto.

Um dos principais indicadores usados pelos cultivadores para monitorar essas condições é o Déficit de Pressão de Vapor (VPD), que ajuda a alcançar o equilíbrio ideal entre a evaporação da água nas folhas e a absorção de nutrientes pelas raízes.

O VPD é calculado a partir da diferença entre a quantidade de vapor de água que o ar pode reter a uma determinada temperatura e a umidade relativa presente no ambiente. O ar só pode reter uma certa quantidade de vapor de água antes de voltar para a fase líquida e, quanto mais quente, maior é sua capacidade de reter vapor de água antes que ela condense novamente.

VPD Baixo acontece quando a temperatura do cultivo está baixa e a umidade está alta. VPD Alto acontece quanto a temperatura está alta e a umidade está baixa.

Os estômatos, que são estruturas orgânicas presentes na superfície das folhas, desempenham um papel na saúde da planta, regulando a troca de gases e a transpiração vegetal. Quando o ambiente está muito quente e seco, os estômatos se abrem mais, aumentando a perda de água e podendo causar desidratação. Por outro lado, um ambiente equilibrado, sem extremos altos ou baixos de umidade e temperatura, permite que as plantas mantenham níveis saudáveis de água e nutrientes. 

Como a temperatura e umidade variam muito ao longo do tempo, recomendo utilizar a tabela de VPD abaixo para te ajudar a achar o clima ideal pro seu grow!


Como Regar o Cultivo Indoor: 

A água é fundamental para a fotossíntese das plantas, e cada estágio da vida da cannabis requer diferentes níveis de hidratação. É crucial fornecer a quantidade adequada de água para o seu cultivo, garantindo que a maconha tenha acesso suficiente a esse recurso sem que passe sede ou seja afogada. 

Monitorar constantemente a umidade do solo e ajustar a rega conforme necessário é essencial para evitar problemas com excesso ou falta de água, que podem causar estresse hídrico e comprometer o crescimento da planta. Não existe muito mistério quando o assunto é rega: você deve molhar o substrato toda vez que ele estiver seco

Lembre-se que cada planta é um ser vivo diferente, então cada uma pode ter um consumo diferente de água. Para verificar se está na hora de regar, enfie seu dedo até 5 cm de profundidade dentro do solo e, se a terra não ficar grudada no dedo, está na hora da rega! 

Rega no estágio de muda: 

Quando a planta é bem pequena, cerca de 20 ml a 50 ml de água já é o suficiente para hidratação. Regue apenas ao redor da muda, de preferência com um borrifador.

Rega no estágio vegetativo e no estágio de floração: 

Durante essas fases, é comum que a planta precise de mais água. Por isso, você deve ser cuidadoso e regar toda a superfície do substrato, de forma que ele absorva água uniformemente até a parte mais profunda do vaso.

Não regue somente na região onde fica o caule, pois a chance de afogar sua planta é grande.


Fertilizantes Orgânicos: insumos benéficos para o super solo

Nesta seção, vou te apresentar uma série de fertilizantes que são essenciais para garantir a saúde da maconha no cultivo orgânico. Esses insumos ajudam a fortalecer o metabolismo das plantas e fornecer carboidratos, hormônios, enzimas, vitaminas e aminoácidos adicionais aos nutrientes. 

Além disso, alguns deles são responsáveis por introduzir microrganismos benéficos no ambiente de cultivo. Isso aumenta a resistência da cannabis a estresses como variações extremas de temperatura umidade do solo e pragas.

Cada um dos insumos orgânicos que vou mostrar abaixo oferece uma abordagem única para melhorar a interação solo-planta-microrganismos, e a escolha de usá-los pode depender de objetivos específicos de cultivo, condições ambientais e preferências pessoais.

Embalagem de 250 mililitros de Bokashi líquido da Organo Lab. O recipiente é cilíndrico e feito de material branco. O rótulo do produto é colorido de vermelho e preto.

Recomendo experimentar pelo menos uma das opções abaixo no seu primeiro cultivo. Quando você tiver mais experiência, recomendo que experimente cada vez mais bioestimulantes orgânicos.

  • Microrganismos Antioxidantes Sintrópicos (MAS): essa comunidade microbiana rica em Bactérias Ácido Láticas, Fungos Fermentadores e Bactérias Fotossintetizantes atua de forma a rejuvenescer o solo. Os microrganismos produzem compostos benéficos que melhoram a disponibilidade de nutrientes e a saúde geral do solo, além de ajudar na biorremediação, decompondo materiais orgânicos e até mesmo resíduos tóxicos. A presença de Bacillus Subtilis reforça a capacidade antioxidante, promovendo um ambiente sintrópico que favorece o desenvolvimento vegetal (cupom “CULTLIGHT10”).
  • Bokashi Active: o biofertilizante líquido tipo Bokashi é feito de farelos vegetais, melaço e bambu moído. Este insumo acelera a disponibilidade de nutrientes e estimula a formação de biofilmes benéficos no solo e nas raízes das plantas. Contribui para o aumento da atividade microbiana, melhorando as condições físicas e biológicas do solo, além de atuar no controle preventivo de pragas e doenças (cupom “CULTLIGHT10”).
  • Ocean Mix: composto por extratos marinhos, este biofertilizante oferece uma gama de nutrientes de rápida absorção. Rico em aminoácidos, lipídios, proteínas e fitohormônios provenientes de algas e peixes, o Ocean Mix favorece o desenvolvimento radicular, melhora a resistência das plantas a estresses abióticos e estimula a formação de brotos e flores (cupom “CULTLIGHT10”).
  • IMO (Indigenous Microorganisms): este composto é feito a partir da coleta de microrganismos em ambientes específicos, como no chão de florestas, que depois são cultivados para serem reintroduzidos no substrato do cultivo. Esses microorganismos melhoram significativamente a saúde do solo, auxiliam na decomposição da matéria orgânica e potencializam a absorção de nutrientes pelas plantas.
  • Chá Ativamente Aerado de Húmus (AACT): este chá é uma das melhores ferramentas pro jardineiro orgânico. Feito a partir de húmus de minhoca e melaço de cana, é perfeito para introduzir milhões de microrganismos benéficos no solo.  O chá de húmus é fácil e barato de produzir e pode ser aplicado tanto na rega tanto como foliar.

Como Treinar a Cannabis para Aumentar o Rendimento

A maconha é uma planta muito versátil que responde muito bem a diversas técnicas de jardinagem, entre elas, a poda e desfolhação. As duas abordagens mais eficazes feitas pelos cultivadores são o Método de Baixo Estresse, ou LST (Low Stress Training), e a Poda Apical, ou Topping. Essas duas técnicas permitem manipular o crescimento da planta para melhorar a distribuição de luz e aumentar o rendimento da colheita. Veja a lista de materiais necessários:

Poda no estágio vegetativo: topping

A poda no estágio vegetativo é muito recomendada para moldar a estrutura da planta e maximizar a produção de flores durante a floração. A técnica mais utilizada é conhecida como topping ou poda apical, que consiste em cortar o caule principal da maconha para promover o crescimento de ramos adicionais: toda vez que o caule é cortado, ele se divide em dois novos ramos, dobrando o número de galhos e, consequentemente, a quantidade de flores.

Legenda: Diferença entre uma planta não treinada e uma maconha treinada com o Método de Baixo Estresse 
Fonte: Grow Diaries.

Outro princípio dessa técnica é que, além de aumentar a quantidade de ramos, cada flor vai estar mais próxima à fonte de iluminação, uma vez que não existirá somente um único caule principal que faz sombra sobre os outros ramos. E como já explicamos antes, uma planta de cannabis bem iluminada significa uma planta que apresenta resultados positivos

Dá uma olhada nessa imagem que fizemos pra explicar como o topping funciona!

Legenda: Como existe um maior número de galhos, mais flores terão acesso à iluminação.

Quando o caule da maconha é cortado, ela passa a gastar energia para se recuperar. Isso implica numa diminuição nas taxas de crescimento. Por isso, eu recomendo distribuir o número de podas uniformemente ao longo do tempo, de maneira a prevenir que a planta gaste muita energia se recuperando.

Como Fazer a Poda Topping na Maconha: passo a passo

Para realizar a poda apical de forma eficaz, siga os passos a seguir com cuidado:

1) Primeiro, esterilize sua tesoura de poda para evitar a introdução de patógenos na planta, o que pode comprometer sua saúde.

2) Para aplicar essa técnica de poda, você deve aprender a identificar o ponto certo no caule da planta: esse ponto é conhecido como nódulo. Toda vez que dois ramos laterais surgem no caule da planta, existem dois nódulos. Para fazer o topping de forma segura, devem haver pelo menos 10 nódulos na sua cannabis.

Legenda: Toda vez que dois galhos surgem nas laterais, existe um nódulo.

3) Assim que identificar o local correto, basta pegar a tesoura esterilizada e cortar o caule da cannabis logo acima do 10º nódulo, exatamente como mostramos na imagem abaixo.

Legenda: Realize a incisão no caule da maconha exatamente neste ponto.

4) Ao cortar logo acima desse ponto, você estimula a planta a desenvolver dois ramos novos, promovendo uma estrutura de crescimento mais equilibrada e maximizando a exposição à luz para todas as partes da planta.


Como Fazer o LST: instalando a rede de SCROG

Logo após a recuperação da poda apical, o Low-stress Training é aplicado para otimizar ainda mais o formato e a exposição das plantas à luz. Nesta técnica, utilizamos amarras flexíveis conhecidas como SCROG para guiar delicadamente os ramos da maconha, fazendo com que eles cresçam para os cantos do vaso, aumentando o espaço entre um galho e outro.

O objetivo do SCROG é melhorar a distribuição de luz sobre a planta e também promover maior fluxo de ar entre os galhos, o que ajuda a evitar pragas. Abaixo, te ensino como fazer a técnica de LST com o SCROG:

  • Instale a rede de SCROG, fixando as amarrações nos quatro cantos da estufa. O objetivo é que a rede fique distribuída por cima de toda a superfície das plantas.
  • Espere até que o crescimento dos galhos esteja de 2 a 3 cm acima do SCROG antes de iniciar o processo de treinamento. 
  • O objetivo é preencher a rede uniformemente, então reserve um momento para planejar em qual direção vai amarrar os galhos e certifique-se de que cada galho esteja aproveitando ao máximo o espaço disponível.
  • Com cuidado, comece a dobrar os ramos mais altos e centrais para baixo e para fora, encaixando eles nos buracos da rede de SCROG. Você quer deixar os galhos bem espalhados entre si.
  • Caso o galho fique saindo da rede, você pode usar cordas ou fios de nylon (tipo aquele que vem no saco de pão) para amarrar eles ao SCROG. Não aperte demais; o objetivo é guiar, não restringir.
  • O objetivo é preencher a tela com o máximo de galhos quanto possível. Com o tempo sua planta vai começar a se beneficiar com a luz extra que penetra entre os galhos.
Legenda: Sua planta deve ficar assim no SCROG

Poda no estágio de floração: desfolhação

Durante a etapa de floração, é ideal que as plantas do seu cultivo foquem todas as energias disponíveis no desenvolvimento das flores. Por isso, duas semanas antes de entrar no estágio de floração, eu recomendo que você comece a retirar cuidadosamente os galhos e folhas que não recebem luz, especialmente aquelas nas partes inferiores da planta. 

Para essas podas, indico aplicar o Método de Baixo-stress. Isso significa que você deve cortar as folhas da sua planta ao longo de uma sequência de semanas, evitando que ela pare de se desenvolver para se regenerar. 

Pode parecer difícil no começo, mas é uma tarefa simples: onde não bate luz, as flores não se desenvolvem direito. Cortar esses galhos duas semanas antes da floração ajuda a direcionar a energia da planta para os buds, promovendo flores maiores e mais densas.

Na segunda semana após a mudança de fotoperíodo para 12 horas de luz e 12 horas de escuridão, a cannabis fica muito sensível. Por isso, você não deve mais cortar os galhos da planta, e sim as folhas dela. Comece a retirar todas as folhas que não recebem luz nas áreas inferiores da planta, até cerca de 15 centímetros de altura. Essas folhas estariam gastando energia da sua planta sem contribuir efetivamente para o crescimento das flores.

Na terceira semana, você deve passar a cortar as folhas que não recebem luz nas áreas superiores da sua planta de maconha, perto de onde as flores crescem. Esse processo deve se repetir toda semana até o final do estágio de floração, quando finalmente você irá colher suas preciosas flores.

Legenda: Generalização de até onde realizar a poda.

Como Lidar com Pragas no Cultivo Indoor de Cannabis

A vantagem do cultivo indoor é a capacidade de controlar as condições ideais para o crescimento das plantas. Se você seguiu todas as etapas descritas neste guia, suas plantas já devem estar no caminho certo para crescerem de forma saudável e livre de pragas.

Mas, afinal, o que são pragas? 

Pragas são organismos parasitas que se proliferam em plantas com defesas naturais enfraquecidas. Elas se multiplicam descontroladamente em ambientes desequilibrados, como aqueles sem ventilação adequada ou sem a presença de microrganismos benéficos no solo. Ou seja, pragas geralmente infestam plantas que são suscetíveis devido a condições ambientais inadequadas.

Manejo Integrado de Pragas (MIP): rotina de prevenção

No cultivo indoor de cannabis, a técnica mais eficaz para prevenir pragas é o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Essa abordagem considera as pragas como indicadores de problemas no ambiente de cultivo, em vez de simplesmente focar em eliminá-las.

O objetivo do MIP é evitar que as condições se tornem favoráveis para a reprodução exponencial das pragas, ao invés de simplesmente matá-las.

O MIP é sustentado por quatro pilares fundamentais:

  1. Equilibrar e diversificar a vida no solo: garantir a presença de microrganismos benéficos que ajudam a manter as pragas sob controle.
  2. Aumentar a resistência das plantas através de uma nutrição equilibrada: fornecer os nutrientes necessários para fortalecer as defesas naturais das plantas.
  3. Fortalecer as raízes das plantas: raízes saudáveis são essenciais para a absorção eficiente de nutrientes e para a resistência geral da planta.
  4. Manter o solo úmido e bem aerado: evitar o estresse hídrico e promover a circulação de ar no solo, prevenindo o desenvolvimento de pragas.

Tomemos os pulgões como exemplo: esses pequenos insetos aderem à superfície das plantas e perfuram suas paredes celulares, sugando o açúcar da seiva. Eles só conseguem fazer isso se as paredes celulares estiverem finas e rígidas.

Plantas bem nutridas com potássio, boro e sílica desenvolvem paredes celulares espessas e elásticas, que resistem melhor aos ataques dos pulgões. Quando a planta não oferece condições para que os pulgões se alimentem, eles procuram outra planta ou morrem.

Para te ajudar a evitar pragas no seu grow, criei uma rotina de Manejo Integrado de Pragas com uma seleção de insumos que ajudam a manter suas plantas sempre saudáveis e protegidas. Confira o cronograma abaixo:

Aplicação de Óleos Essenciais

Os óleos essenciais são comprovadamente eficazes no combate e na prevenção de pragas e insetos. A aplicação deve ser feita a cada 15 dias, pois o uso excessivo pode prejudicar as plantas. Recomendo os seguintes óleos: canela, citronela, hortelã-pimenta, gengibre, óleo de neem e óleo de andiroba.

A aplicação pode ser feita tanto na rega quanto diretamente nas folhas. Siga as instruções do fabricante para dosagem e diluição. É necessário que as luzes de cultivo estejam desligadas durante a aplicação dos óleos essenciais. Recomendo o Óleo de Andiroba abaixo, disponível no Mercado Livre.

Aplicação de Agentes Biológicos

Agentes biológicos são fundamentais para criar a biodiversidade necessária para proteger as plantas contra patógenos e pragas. Entre os produtos recomendados estão Beauveria Bassiana, LMX, EM-1, IMO (microorganismos nativos), Bokashi e Bacillus Subtilis.

Esses produtos devem ser aplicados a cada 15 dias, podendo ser utilizados diretamente no solo ou aplicados foliarmente (nas folhas). Assim como na aplicação de óleos essenciais, as luzes de cultivo devem estar desligadas no momento da aplicação.

Aplicação de Silicato de Potássio

O silicato de potássio é um mineral essencial no Manejo Integrado de Pragas pois oferece múltiplos benefícios para as plantas, como: aumento da resistência ao estresse, melhoria da taxa de fotossíntese e do teor de clorofila, maior resistência à seca, aumento da tolerância ao sal, melhoria da fertilidade do solo e prevenção da queda de galhos.

A aplicação desse produto deve ser mensal e pode ser feita tanto no solo quanto foliarmente. Consulte as instruções da embalagem para a diluição adequada.


Remoção de Pragas no Cultivo Indoor

Mesmo seguindo todas as dicas deste guia, pragas e infestações podem eventualmente surgir no seu cultivo. Os sinais de problemas incluem fungos, mofo, insetos como moscas brancas, pulgões, ácaros (conhecidos como spider mites) e larvas. Folhas amareladas ou enfraquecidas também podem indicar a presença de microrganismos prejudiciais.

Um dos produtos mais eficazes para a remoção de pragas é a água oxigenada. Dependendo da localização da infestação, ela pode ser aplicada na rega ou diretamente nas folhas, bastando diluir o produto em água da torneira e aplicar com regador ou borrifador. Para pragas, aplique a solução de água oxigenada duas vezes por semana. Para fungos e bactérias, uma única aplicação é suficiente. 

Lembre-se de que a água oxigenada pode prejudicar os microrganismos benéficos do solo, por isso, evite o uso excessivo. Em alguns casos, pode ser necessário reintroduzir a população microbiana no substrato.

Lembre-se de que a prevenção é a chave. Trabalhe agora para evitar perdas e danos irreparáveis. É muito mais fácil prevenir do que combater.


Como Clonar Cannabis no Cultivo Indoor

Uma das formas mais eficientes e baratas de continuar plantando maconha é através de técnicas de clonagem. Essa técnica permite multiplicar uma planta já existente, chamada de planta-mãe, criando mudas geneticamente idênticas sem a necessidade de sementes. Eu recomendo o método de clonagem da maconha para qualquer cultivador que queira economizar dinheiro e ter colheitas mais frequentes.

Você deve escolher a planta-mãe entre as diversas plantas do seu cultivo. Essa escolha implicará em clones com características genéticas idênticas à mãe (folhas com mesma coloração, tamanho, tempo de floração, etc.). Além disso, algumas características emocionais também podem ser herdadas da mãe, como estresse ou resistência às pragas.

Para escolher a planta-mãe ideal, avalie continuamente o desenvolvimento das plantas em seu cultivo, selecionando aquelas com melhor desempenho, boa taxa de crescimento e ausência de sinais de estresse ou doenças.

O processo de clonagem de cannabis mais comum no cultivo indoor é a estaquia, que consiste em plantar pedaços (ou estacas) do caule da planta-mãe em um substrato úmido. Antes de iniciar, é fundamental preparar todo o material necessário. Abaixo, segue a lista de materiais:

  • Planta-mãe em estágio vegetativo.
  • Tesoura de jardinagem (higienizada).
  • Copo de água.
  • Substrato (recomendamos cubos de cutilene, para retenção de umidade e oxigenação).
  • Uma travessa para depositar os cubos.
  • Hormônios de enraizamento (ácido indolbutírico).
  • Uma garrafa pet transparente cortada.
  • Iluminação.

Passo a passo para Clonar Cannabis

Escolha uma planta-mãe de cannabis.

O primeiro passo da clonagem é escolher uma planta-mãe. Essa planta deve estar obrigatoriamente no estágio vegetativo, saudável e em vigor pleno, uma vez que o processo de clonagem pode gerar estresse na cannabis, atrapalhando seu crescimento.

Para verificar se sua planta está no estágio vegetativo, basta saber se ela possui mais 6 semanas de vida, apresentando desenvolvimento do caule e das folhas. Além disso, verifique se existem sinais de estresse e busque a presença de pragas ou mofo. Se encontrar qualquer um desses fatores, é essencial que você os resolva antes de continuar com o processo.

Para escolher a planta-mãe, você deve procurar por fatores como:

  • Boa taxa de crescimento.
  • Aromas agradáveis.
  • Resistência a pragas e fungos.
Corte os galhos para clonar a cannabis

Para realizar o corte do galho, você deve esterilizar sua tesoura de jardinagem com álcool e fazer a incisão num ângulo de 45° logo na base do galho, onde ele se junta ao caule principal da planta-mãe. O corte nesse ângulo específico aumenta a área de contato do clone, fazendo com que ele se desenvolva mais rápido. Após o corte, coloque imediatamente o broto cortado dentro de um copo cheio de água.

Legenda: Clone já separado da planta-mãe.
Remova o excesso de folhas do clone

Remova todas as folhas e galhos da parte inferior do clone, pois eles podem representar um gasto desnecessário de energia. Deixe apenas algumas folhas no topo do broto para que a planta possa continuar realizando a fotossíntese. Além disso, corte as pontas dessas folhas de forma igual a imagem abaixo para reduzir a transpiração, ajudando o clone a conservar energia enquanto foca no enraizamento.

Legenda: A poda do clone fica assim.
Deposite o clone no substrato

Umedeça os cubos de cutilene conforme as instruções do fabricante e faça um pequeno furo do tamanho do caule do clone. Insira o broto cuidadosamente no cubo, garantindo que ele fique bem fixado e não se mova. Certifique-se de que o clone esteja firme no substrato para facilitar o enraizamento e evitar danos ao caule durante o processo.

Legenda: O resultado fica assim.
Aplique o fertilizante enraizador

A clonagem é um processo delicado, comparável a uma cirurgia, e, por isso, a planta pode se beneficiar do uso de fertilizantes enraizadores. Eu recomendo o uso de ácido indolbutírico, que estimula a produção de hormônios essenciais para o enraizamento, acelerando o crescimento do clone. Aplique o fertilizante conforme as instruções do fabricante, garantindo que ele entre em contato direto com o caule para maximizar a absorção e promover um desenvolvimento saudável.

Mantenha a atmosfera úmida em volta do clone

Os brotos de cannabis precisam de um ambiente com alta umidade para desenvolver raízes fortes. Para manter a umidade adequada, corte o fundo de uma garrafa pet transparente, borrife água nas laterais internas e use-a para cobrir o cubo com o clone, criando um ambiente com umidade relativa entre 70% e 90%.

Depois de dois dias dentro dessa atmosfera fechada, passe a abrir o recipiente uma vez ao dia para garantir a troca de ar e, caso necessário, umedeça o ambiente de novo.

Legenda: Exemplo de como o clone deve ficar (aqui foi utilizada uma estrutura própria para clonagem, mas a garrafa PET é uma boa substituta).
Mantenha os clones iluminados durante 24 horas por dia

A maioria dos clones morrem por conta de infecções de bactérias ou de fungos. Como os fungos e microrganismos malignos são sensíveis à luz, é recomendado que você mantenha o clone recebendo iluminação indireta de baixa potência durante 24 horas diárias.

Legenda: Processo de enraizamento de um clone.
Transplante o clone para um recipiente maior.

Depois que todos esses processos são realizados, as raízes do clone de cannabis começam a aparecer entre 7 e 14 dias. Quando a planta atingir um tamanho adequado e demonstrar resistência, você deve transplantá-la para um novo substrato e um recipiente maior. 

Para realizar o transplante, retire cuidadosamente o cubo de enraizamento e o clone da incubadora e transfira-os para um vaso maior. Certifique-se de não compactar excessivamente o substrato e evite o excesso de água, para não sufocar o clone.

Legenda: O clone ficará assim que for transplantado.

Como Fazer a Maconha Florescer: estágio de floração

O objetivo principal do cultivo indoor é cultivar a maconha até a fase de floração, onde as preciosas flores cheias de canabinoides, como THC e CBD, começam a crescer. Durante a fase anterior de sua vida, no estágio vegetativo, a maconha fica exposta à luz durante 16 horas por dia. Para que a cannabis passe a produzir flores, ela precisa que a exposição à luz seja diminuída para 12 horas por dia.

Muitos cultivadores se perguntam qual é o momento certo para realizar essa mudança no fotoperíodo de 16 para 12 horas de luz. Preciso te dizer que não existe uma resposta única para esse questionamento. Para realizar essa transição do estágio vegetativo para o estágio de floração, conhecida como “flipagem” ou “flipping”, você deve analisar sua planta e prestar atenção a uma série de fatores.

Quando Mudar o Fotoperíodo: estágio de pré-floração

Mudar o ciclo de luz de 16/8 para 12/12 é essencial para fazer com que as sementes fotoperíodo entrem no estágio de floração. Vou te apresentar os sinais que você deve observar em sua planta para definir se ela já está pronta para entrar em floração:

Genética da Semente:

Compreender a genética das suas plantas é essencial, pois certas strains apresentam um crescimento vertical muito acelerado na semana seguinte à mudança do ciclo de luz para 12/12. Dependendo dos seus objetivos e do espaço disponível para cultivo, esse alongamento na floração pode representar um problema: as plantas podem crescer tanto a ponto de tocar na fonte de iluminação, o que causará queimaduras nas folhas e flores.

Altura da Planta:

A cannabis cresce bastante durante a floração, então é sempre bom considerar qual será a altura máxima que você pode deixar sua planta crescer sem que ela encoste nas lâmpadas de LED. Apesar de cada planta ter uma taxa de crescimento própria, se você medir sua maconha da superfície do solo até o ponto mais alto dela, é possível ter uma noção de até onde ela vai crescer:

  • Planta com 60 cm na hora da “flipagem” ➡ Terá entre 1,20 m e 1,50 m na floração.
  • Planta com 30 cm na hora da “flipagem” ➡ Terá entre 60 cm e 90 cm na floração.
Legenda: A maconha cresce bastante durante a floração.
Técnicas de Treinamento:

O uso de diferentes técnicas de treinamento da cannabis também afeta a duração ideal da fase vegetativa. Técnicas como Low-Stress Training (LST) ou Screen of Green (Scrog) não são tão agressivas, o que significa que as plantas não precisam gastar tanta energia durante o estágio vegetativo para se regenerar. Em contrapartida, métodos que envolvem maior estresse, como a poda topping, podem demandar um período vegetativo mais longo para que a planta se recupere plenamente antes da floração. Se você não pretende utilizar técnicas de treinamento para controlar o crescimento vertical da planta, considere reduzir o tempo da fase vegetativa.

Desenvolvimento da Planta:

Para maximizar a produção de flores, especialmente em espaços limitados, é essencial otimizar a altura e a estrutura das plantas. Quanto mais galhos na parte superior da planta estiverem expostos à luz, maior será o potencial de produção. Para atingir esse objetivo, você pode ajustar a duração da fase vegetativa. Quanto mais tempo as plantas permanecerem na fase vegetativa, maiores elas se tornarão. Isso fica evidente em plantas cultivadas ao ar livre, que ficam enormes e produzem muitas flores.

Resistência do Caule:

verifique a força do caule e a quantidade de folhas na planta. Um caule robusto é crucial para sustentar o peso das flores durante a floração, enquanto uma grande quantidade de folhas significa que a planta está absorvendo bastante energia. Essa energia será convertida nos nutrientes necessários para a formação das flores.

Estresse das Plantas:

Aa cannabis gasta a energia gerada na fotossíntese de duas formas – para crescer ou para se regenerar. Quando a maconha está se desenvolvendo e sofre um estresse muito grande, ela para de gastar energia crescendo para conseguir se regenerar. Ou seja, se a planta estiver estressada durante a mudança de fotoperíodo, ela gastará energia se recuperando em vez de desenvolver flores. Certifique-se de que a planta esteja livre de estresse, observando sinais como

  • Folhas amareladas, queimadas ou com descoloração;
  • Folhas murchas ou enroladas;
  • Folhas secas;
  • Presença de fungos;
  • Presença de parasitas e pestes.
Legenda: Exemplo de planta com fungo.

Passo a Passo para Mudar o Fotoperíodo na Prática

Transplante a Cannabis de Vaso

Para garantir um desenvolvimento saudável durante a floração, a cannabis precisa de espaço suficiente para o desenvolvimento das raízes. Se você seguiu este guia, sua planta deve estar fixada em um vaso de 5 L. Você tem que mudar ela para o vaso de 11 L.

Recomendo que você faça o transplante da cannabis para o vaso maior duas semanas antes da floração. Para isso, siga as etapas abaixo cuidadosamente: 

  • Não regue sua planta durante dois dias antes do transplante. Isso vai facilitar sua retirada do substrato. Realizar o transplante com o substrato molhado é mais difícil. Por motivos óbvios, não deixe a planta muito tempo sem água! 
  • Lave suas mãos e o vaso onde a planta será colocada para evitar contaminantes que prejudiquem ela.
  • Mova os vasos de planta para fora da estufa, isso vai facilitar bastante seu trabalho.
  • Encha o vaso maior com o substrato. Lembre-se de não compactar a terra e deixar espaço no meio para plantar sua cannabis.
  • Pegue o vaso menor onde a maconha está plantada e vire ele de lado. Com gentileza, você deve dar alguns tapas na lateral do vaso para soltar a terra. Depois disso, enfie sua mão na lateral do vaso e empurre ela até o fundo. Agora segure o vaso com uma mão e, com a outra mão, puxe as raízes para fora do substrato. Tome cuidado para não danificar as raízes e tente ao máximo não tocar nelas.
  • Deposite sua maconha no espaço que você deixou no vaso novo. Não pressione ela contra a terra.
  • Preencha o vaso com um pouco mais de substrato, principalmente em volta do caule principal da cannabis. Não deixe a terra compactada!
Ajuste a Iluminação do seu Cultivo

A cannabis é uma planta de dia curto, isso significa que ela só entra no estágio de floração quando o período noturno é maior ou igual ao período diurno. Como estamos falando de um cultivo indoor, ou seja, num ambiente controlado, cabe a você controlar a quantidade de horas que sua cannabis vai passar absorvendo luz.

Para que a cannabis comece a florescer, você deve ajustar o timer do seu painel de LED para ficar ligado durante 12 horas e desligado durante 12 horas. Quando a planta estiver no período de escuridão, é essencial que você feche completamente a porta da estufa, impedindo que qualquer luz exterior chegue até a maconha. Não esqueça de manter os exaustores ligados durante esse período com a porta fechada!

Garanta que a fonte de iluminação do cultivo está fornecendo a quantidade correta de  luz para sua planta. Para isso, você deve usar uma métrica conhecida como PPFD. No estágio de floração, o PPFD ideal é entre 600 e 900 μmol/m²/s. A altura do painel deve ficar a cerca de 30 a 45 centímetros do topo das plantas, mas evite mudar constantemente a altura da luz. 

Existem diversos aplicativos de celular para realizar essas medições de PPFD, mas sempre recomendo o aplicativo “Photone”. Para baixar o app para iOS e Android, clique no link abaixo!


6ª Etapa: Quando e Como Fazer a Colheita da Cannabis?

Após meses de dedicação, chegou o momento mais esperado do cultivo indoor: sua maconha finalmente está pronta para colheita. As flores agora estão ricas em THC e CBD: só falta cortá-las e secá-las para que elas estejam prontas para serem aproveitadas. No entanto, para garantir a máxima qualidade dessa flores, é essencial realizar a colheita de maneira correta. Vamos entender quando e como fazer isso.


Quando fazer a colheita da cannabis?

Para determinar o momento ideal da colheita, é necessário observar os tricomas, que são pequenas estruturas na resina onde se concentram as substâncias químicas que dão os efeitos característicos da maconha. Esses tricomas têm a aparência de pequenos cogumelos com uma cabeça esférica, e mudam de cor conforme amadurecem. Essa mudança de cor é o principal fator que indica o momento certo da colheita.

Apesar dos tricomas serem visíveis a olho nú, recomendo utilizar uma lente de aumento ou a câmera do celular para ver o desenvolvimento deles. Existem 3 estágios de amadurecimento dos tricomas:

Tricomas Transparentes: se a maioria dos tricomas está clara, a planta ainda não está pronta para a colheita. Tricomas transparentes indicam que a planta ainda está na fase de produção de THC e dos outros canabinoides. A colheita neste estágio pode resultar em efeitos menos potentes.

  • Tricomas Leitosos: o ponto ideal para muitos cultivadores é quando cerca de 60-80% dos tricomas estão opacos ou leitosos. Isso geralmente indica que a planta atingiu o pico de produção de THC, oferecendo um equilíbrio ideal entre potência máxima e qualidade do efeito.
  • Tricomas Âmbar: quando cerca de 10-30% dos tricomas mudaram para uma cor âmbar, isso indica que o THC está começando a se degradar em CBN, um canabinoide conhecido por suas propriedades sedativas. Alguns cultivadores esperam até que 50-70% dos tricomas estejam âmbar para colher, especialmente se desejam um efeito mais calmante e menos psicoativo.

Eu, particularmente, recomendo que você realize a colheita da cannabis quando cerca de 30% a 40% dos tricomas apresentarem a cor âmbar. Mas lembre-se que o momento da colheita é uma escolha pessoal e, conforme você adquire experiência, vai aprender qual é o seu momento ideal!


Como fazer a colheita da cannabis: passo a passo

Com a confirmação de que sua planta está pronta para a colheita, é hora de começar o processo. A colheita deve ser feita da forma correta para preservar a qualidade das flores e garantir que todas as propriedades terapêuticas da maconha sejam mantidas. Vou te mostrar um passo a passo detalhado para garantir uma colheita eficiente e segura.

Você precisará dos seguintes materiais: 

  • Tesoura de jardinagem. Recomendo este modelo de tesoura.
  • Álcool 70% (para esterilizar as ferramentas e garantir a higiene), 
  • Luvas de plástico (para proteger suas mãos da resina pegajosa). Recomendo este modelo de luva.
  • Cesta de secagem (para garantir que as flores sequem corretamente após a colheita).

Pare de Regar o Cultivo

Depois da colheita, você vai precisar secar suas flores. Por isso, pare de regar sua planta cerca de três dias antes da colheita. Isso permite que a planta perca um pouco de umidade, o que facilita a secagem das flores após a colheita. No entanto, não prolongue esse período por mais do que 3 dias para evitar estressar a planta.

Coloque as luvas e esterilize a tesoura de jardinagem

Higiene é um dos fatores essenciais para garantir a saúde da sua planta. Isso vale também para a hora da colheita, então utilize água e sabão para lavar as tesouras. A luva de plástico deve ser colocada pois sua mão vai ficar cheia de resina. Acredite, essa substância gruda na mão e não é tão fácil de limpar.

Utilize a tesoura para cortar a maconha

Agora, você vai utilizar sua tesoura para separar o caule da maconha das raízes, facilitando o manuseio e o processo de secagem. Para isso:

  1. Comece cortando os galhos externos da planta logo na base, onde eles se conectam com o caule principal. Reserve esses galhos em um local limpo. 
  2. Corte o caule principal da planta e guarde-o junto dos outros galhos.
  3. Agora você deve limpar esses galhos, separando as flores das folhas. Basta remover qualquer excesso de folhas que não tenham muitos tricomas. Isso facilita muito a secagem das flores.
  4. Não jogue as folhas que você retirou no lixo! Elas podem ser reaproveitadas através da extração dos tricomas.
Legenda: Os galhos da maconha devem ficar assim depois de cortados.

7ª Etapa: Como Preparar a Cannabis para o Consumo: secagem, trimming, armazenamento e cura

Depois da colheita, é muito comum ficar ansioso para querer fumar logo as flores. Eu não recomendo que você faça isso! Se você não fizer os processos de secagem, manicure e cura da sua planta, provavelmente vai fumar uma flor sem gosto e sem efeito. Ou seja, vai desperdiçar sua primeira flor da colheita. Neste capítulo, vou te ensinar o passo a passo de como preparar sua maconha para o consumo!


Secagem das Flores

A forma mais eficiente de secar a cannabis após a colheita é usando uma cesta de secagem, que permite ventilação adequada das flores e evita a entrada de insetos. Se você não tiver esse equipamento, certifique-se de secar as flores em um ambiente escuro e bem ventilado, com controle rigoroso de temperatura e umidade, para garantir que as flores percam a umidade de forma lenta e uniforme.

O processo de secagem da maconha dura entre 7 e 14 dias, período em que as flores perdem cerca de 60% do peso através da evaporação. A temperatura ideal para secar flores é entre 20°C e 26°C, com umidade relativa entre 50-55%. Use um termo-higrômetro para monitorar os níveis de umidade e ajuste conforme necessário.

Aqui, quanto mais devagar melhor. Não caia na tentação de secar sua maconha rápido ou de seguir técnicas para acelerar esse processo. 

Você passou meses cultivando… O que são 10 dias em comparação a isso? Quanto mais rápido você secar, mais substâncias, terpenos e canabinoides você vai perder no processo. A parte de secagem é uma das mais importantes para garantir um produto final de alta qualidade.

Legenda: A Cesta de secagem fica assim quando em uso.

Manicure das Flores

Após a secagem da cannabis, é hora de realizar a manicure das flores, que é um processo essencial também conhecido como trimming. Esse procedimento consiste em remover o excesso de folhas ao redor das flores com o uso de uma tesoura, garantindo que apenas as partes mais potentes e ricas em canabinoides sejam preservadas. A manicure não só melhora a aparência das flores como também maximiza a qualidade do produto final.

Materiais Necessários para o Trimming:

Para realizar o trimming e preparar sua cannabis para o consumo, você precisará dos seguintes materiais:

  • Tesoura de jardinagem: para cortes precisos das folhas e flores.
  • Luvas de plástico: para evitar que suas mãos fiquem cobertas de resina pegajosa. Recomendo este modelo de luva.
  • Uma superfície limpa: para garantir higiene durante o processo.
  • Uma bandeja ou prato: para manusear as flores de forma organizada.

Passo a passo para o Trimming

  • Antes de começar o trimming, coloque as luvas e esterilize a tesoura de jardinagem com álcool 70%. A esterilização é crucial para evitar contaminações que poderiam comprometer a qualidade das flores e, consequentemente, a saúde do consumidor.
  • Separe cuidadosamente as flores de cannabis dos galhos. Identifique as flores e use a tesoura para cortá-las, fazendo o corte logo abaixo das flores. Esse processo deve ser realizado com precisão e calma para garantir que as flores sejam preservadas intactas e sem danos.
  • Remova cuidadosamente as folhas que crescem ao redor das flores, já que as substâncias terapêuticas da cannabis estão concentradas nas flores e não nas folhas. Durante o trimming, elimine todo o material que não está coberto por tricomas.
  • As folhas cortadas podem ser guardadas para extrações futuras, como a produção de haxixe ou outros concentrados.
Legenda: Exemplo de folha que você deve cortar.

Armazenamento e Cura das Flores

Após o trimming, é necessário armazenar as flores de cannabis em um pote de vidro hermético para preservar a umidade delas. Dentro desse pote, as flores vão passar pelo processo de cura, onde as substâncias químicas presentes nelas, como açúcares e clorofila, começam a se degradar. Isso é essencial para que as flores estejam saborosas durante o consumo.

Materiais necessários para a cura:

Passo a passo para a cura da cannabis:

  • Preencha o pote hermético até 75% da capacidade. Isso permite que as flores respirem durante o processo de cura, prevenindo o acúmulo de umidade que pode causar mofo. 
  • Adicione um pacote de Boveda 62% para manter a umidade ideal e garantir uma cura lenta e eficaz.
  • Uma vez armazenadas, suas flores de cannabis precisam ficar de repouso por no mínimo 10 dias antes de serem consumidas. 
  • A validade máxima das flores de maconha é de cerca de 8 meses.

Dicas Finais para o Consumo da Cannabis

Com todos os passos concluídos, suas flores de cannabis estão prontas para o consumo. Antes de utilizá-las, faça uma verificação final para garantir que a cura foi realizada corretamente e que as flores estão livres de mofo ou umidade excessiva. As principais formas de consumir a cannabis é através da inalação ou ingestão de óleos extraídos das flores. Recomendo que você leia este artigo onde ensino como fazer óleo de cannabis.

Conclusão do Guia de Cultivo Indoor

Este foi o “Guia Completo de Como Plantar Maconha”, produzido com o objetivo de democratizar o acesso responsável a informações sobre o cultivo de cannabis. Acreditamos que o uso medicinal da cannabis se tornará cada vez mais comum em um mundo globalizado, e estamos comprometidos em apoiar a comunidade brasileira, fornecendo educação e recursos essenciais para o cultivo responsável. 

Agora que você já tem o conhecimento básico em mãos, que tal dar o próximo passo e se aprofundar de verdade no cultivo indoor?

O guia te deu uma ótima introdução, mas para quem busca resultados consistentes, flores de alta qualidade e colheitas impressionantes, o Curso de Cultivo Indoor da Cultlight vai te levar além. Nele, você aprenderá as técnicas mais avançadas para plantar maconha, desde a escolha da iluminação ideal até o controle preciso de clima e nutrientes, tudo explicado em detalhes por mim, Cadu Brandão.

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Sobre o Autor:

Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

Se você ainda possui alguma dúvida sobre cultivo de cannabis, por mais simples e básica que pareça ser, não hesite em entrar em contato com a Cultlight, nós faremos o possível para te ajudar ao longo de todo o caminho.

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4 pensamentos sobre “Cultivo Indoor de Cannabis: Guia Completo de Como Plantar Maconha

  1. Tibúrcio disse:

    Caraca, que post completo! Nunca vi tão detalhado, tão de parabéns. Deus abençoe

    1. Daniel disse:

      Fico feliz de saber que gostou! Muito obrigado pelo elogio.

  2. Ivan Carlos lima Morais disse:

    Sinto muita dores não consigo dormir direito me alimentar tá sendo muito difícil ansiedade

    1. Daniel disse:

      Poxa, sinto muito… Tem se tratado com remédios de cannabis?

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