Guia Completo para Fazer Líquido de Cannabis para Vaporizador

Neste guia, vamos te ensinar como fazer Juice de cannabis para Vape. O líquido de maconha usado nos vaporizadores é chamado por muitos nomes além de Juice. Alguns deles são: suco, e-liquid, canna carts, cartuchos. Qualquer que seja o nome, vamos te dar o passo a passo para de como fazer óleo de THC para vaporizador. Abaixo, você pode ver o índice deste artigo:

• Como Fazer Líquido de Cannabis para Vaporizador
• Materiais Necessários para Fazer THC Líquido
• Diluentes Usados no Óleo de Cannabis Fazem Mal à Saúde?
• Passo a Passo para Fazer Óleo de Cannabis para Vape:

Como Fazer Líquido de Cannabis para Vaporizador

A técnica consiste basicamente em diluir o concentrado de cannabis com diluentes e terpenos em determinadas proporções utilizando calor (banho maria, microondas) para obter um produto que possa ser vaporizado com qualidade.

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Materiais Necessários para Fazer THC Líquido para Vaporizador

Concentrado ou extração de cannabis: 

É o principal ingrediente para fazer o Juice. Esse concentrado será diluído para ser colocado no cart (tanque) e vaporizado. Existem alguns tipos diferentes de extração de cannabis… segue uma descrição rápida dos principais:

• Destilado: o destilado é um produto de alta pureza que pode ser injetado diretamente no tanque do vape, dada a sua viscosidade mais leve. Alguns optam por misturar terpenos com os destilados para dar sabor ou reduzir a viscosidade, já que todos os terpenos naturais são perdidos no processo de produção. Se você optar por adicionar terpenos ao seu destilado, lembre-se de usar o calor para misturar seus terpenos para obter uma melhor solução.
• Extração de CO2: o óleo de CO2 é o tipo mais desejado para o vape pois é isento de solventes e geralmente pode ser introduzido diretamente no tanque, dependendo do processo de extração. O óleo de CO2 também pode ser winterizado (winterization) para obter melhores resultados.
• BHO, Rosin, Live Resin, Shatter, Sauce, etc: todos esses concentrados serão referidos como BHO, porque todos seguem o mesmo padrão de diluição. O BHO é indiscutivelmente a melhor opção disponível devido à concentração de terpenos. Recomenda-se a winterização ou dewax do seu concentrado, pois as ceras e lipídios vegetais são indesejáveis devido ao seu sabor, aparência e tendência de causar entupimento do tanque. Com BHO também existe o risco de cristalização de THC dentro do tanque. A melhor maneira de evitar isso seria descarboxilar o BHO antes de misturar. Note que o calor destrói os terpenos, então alguns preferem realizar decarb parcial.

Tanque, cartridge, cart ou cartucho:

O tanque é o recipiente onde o líquido de cannabis diluído é depositado para ser vaporizado. O tanque, por sua vez, é conectado a uma bateria, mod box, ou semelhante, que é o componente responsável por iniciar o aquecimento do tanque e, consequentemente, a vaporização do líquido.

O tipo e qualidade de tanque que escolher vai afetar diretamente sua experiência de vaporização. Pense que o entupimento do tanque depende da viscosidade de diluição, construção, etc. Leve isso em consideração ao adquirir seu equipamento para evitar decepção.

Carts de cerâmica do tipo CCELL são recomendados para melhor desempenho, sabor e segurança.

Local para aquecer o líquido de cannabis:

Para produzir o líquido para o vaporizador, é necessário aquecer a solução em banho maria. É possível utilizar diversas instrumentos para aquecer a substância, como:

• Fogão; 
• Resistência;
• Aquecedor elétrico (preferível, pois terpenos são inflamáveis);
• Microondas.

Seringas e agulhas:

• São necessárias seringas de 1 ml a 10 ml para medir a quantidade de líquido. Dê preferência para seringas de vidro, pois o plástico pode reagir com os terpenos e concentrados.
• Agulha (de preferência sem ponta) de 14 a 16 gauge de espessura.

Recipiente para misturar

• Um copo shot (dose),  béquer ou qualquer recipiente de vidro que possa ser aquecido. Evite silicone, que também pode reagir com os concentrados e terpenos se submetidos a temperaturas altas.

Utensílio para misturar:

• Qualquer utensílio de aço inox ou vidro serve. A própria agulha da seringa serve para isso!

Diluente:

O propósito de usar um diluente é conseguir uma solução que permaneça líquida e não se separe no cartucho. Existem diversos tipos de diluentes:

• PG (Propilenoglicol): polímero glicólico orgânico (álcool diol). Possui capacidade de solubilização de compostos orgânicos e não é tóxico, por isso é muito utilizado na indústria alimentícia, farmacêutica, cosmética, entre outras.
• PEG (Polietilenoglicol): primo do PG, se encontra disponível em diversos pesos moleculares. Os mais utilizados em canna carts são PEG 200, PEG 300 e PEG 400, onde o número se refere à densidade ou peso molecular de cada um.
• MCT (Triglicéridos de cadeia média – TCM ou óleo de coco fracionado): consiste basicamente de óleo de coco destilado e concentrado. Assim, não possui cheiro ou sabor que possa influenciar o concentrado. É uma alternativa ao uso do óleo de coco comum, que também pode ser utilizado como diluente (mas que deixa o sabor e aroma característico da fruta).
• VG (Glicerina Vegetal): o VG é basicamente para mascarar o sabor artificial dos glicóis e deve ser utilizado na menor concentração possível, ou mesmo evitado, pois seu alto peso molecular pode desestabilizar a mistura e causar separação das substâncias.
• Terpenos: por último, mas não menos importante, os terpenos são um solvente natural e são utilizados para dar sabor e reduzir a viscosidade da solução. Os terpenos geralmente são divididos em duas categorias: terpenos de cannabis e não canábicos. Os terpenos de cannabis são os mais desejados, mas são os mais caros devido aos custos na sua produção. Os terpenos não canábicos são muito mais fáceis de produzir e podem ser comprados por um custo relativamente baixo. Terpenos são geralmente vendidos extremamente concentrados e devem ser usados com moderação para obter melhores resultados.

Diluentes Usados no Óleo de Cannabis Fazem Mal à Saúde?

Existe uma compreensível preocupação em torno das diferentes bases de diluentes usados em óleos de cannabis e seus efeitos sobre a saúde. Um estudo intitulado Compostos de Carbonila Produzidos por Vaporização de Agentes de Diluição de Óleo de Cannabis é responsável por trazer um pouco de luz sobre as controvérsias em torno de muitos dos diluentes usados nos cartuchos de vape atualmente. 

Neste estudo, foi realizada uma experiência que aqueceu PG, VG, PEG 400 e MCT até 230 °C para examinar possíveis conversões dessas substâncias para carcinógenos. Os resultados do estudo mostraram que: 

“PG e PEG 400 produziram altos níveis de acetaldeído e formaldeído quando aquecidos a 230 °C. A produção de formaldeído do isolado PEG 400 foi particularmente alta, com uma inalação respondendo por 1,12% do limite de exposição diária, quase a mesma exposição que fumar um cigarro. 

Como PG e PEG 400 são frequentemente misturados ao óleo de cannabis, indivíduos que vaporizam produtos de óleo de cannabis podem se arriscar a exposição a níveis prejudiciais de formaldeído. Embora seja necessária mais investigação, os consumidores e os decisores políticos devem considerar estes potenciais efeitos para a saúde antes de serem utilizados e quando elaborarem legislação relacionada com a cannabis ”.

Passo a Passo para Fazer Óleo de Cannabis para Vape:

Aquecendo o Concentrado de Cannabis

Utilize algum dos meios de aquecimento que recomendamos para aquecer e derreter o concentrado até que fique em estado líquido. A temperatura exata não é importante, no entanto, o THC e os terpenos começam a vaporizar em torno de 150 ºC, por isso recomendamos aquecer o concentrado de maconha em banho maria.

Proporção de Diluente

A proporção adequada de terpenos e diluentes a ser misturada ao concentrado base vai variar muito com diferentes parâmetros. Quanto mais espesso for o seu concentrado, mais diluente será necessário para convertê-lo na viscosidade desejada. A quantidade necessária por grama varia entre 0,1 e 0,9 ml, podendo chegar a 3 ml em alguns casos. Não há resposta correta aqui, pois a quantidade pode mudar, mesmo em diferentes variações de um mesmo tipo de concentrado. O melhor conselho é começar com quantidades baixas de diluente e adicionar mais conforme desejado, sempre utilizando calor para dissolver.

A melhor maneira de medir a quantidade de terpeno e diluente é usar as medidas da seringa sem a agulha acoplada. Se você medir com a agulha acoplada à seringa, vai acabar colocando mais diluente do que o esperado e suas medidas não serão exatas como marcadas na seringa. 

Pode ser intimidador ao ser feito pela primeira vez, mas misturar o diluente ao concentrado de cannabis é bastante simples; a parte difícil é acertar as proporções!

Como Diluir o Concentrado de Cannabis

Uma vez que o concentrado esteja suficientemente aquecido e liquefeito, introduza seus terpenos e diluentes conforme necessário. A mistura deve ser feita ainda com calor. Comece devagar e adicione mais diluente conforme necessário. Uma boa dica é deixar o óleo esfriar no recipiente para que possa ver a viscosidade à temperatura ambiente. Caso necessário, é possível aquecer a mistura novamente e adicionar mais diluente.

Como Inserir o Óleo de Cannabis no Vape

Uma vez que a mistura esteja na consistência desejada, a solução pode ser preparada em uma seringa e injetada em um cartucho de vaporizador. Basta puxar a quantidade de líquido desejada e abastecer seu vape!

Possíveis Problemas ao Preparar o Líquido de Cannabis para Vape

Se o óleo estiver turvo, significa que existe uma quantidade elevada de material vegetal ainda presentes no óleo, como ceras e lipídios. Para evitar este problema, faça o processo de winterização ou dewax do seu concentrado antes de diluir.

Se o seu óleo apresenta cristais ou está cristalizando, então existe THCA cristalizando dentro do cartucho. Para evitar este problema, faça o processo de descarboxilação do seu concentrado antes de diluir.

Sobre o Autor:

Esse texto é uma adaptação do original de autoria de Kroma Dawg, especialista em soluções para o mercado canábico.

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Sobre o Editor:

Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

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