Cultivo Mineral, Dicas de Cultivo

Guia Completo de Cultivo Indoor Mineral para Cannabis [2023]

Nossas plantas precisam de muitas coisas para sobreviver e uma delas são os nutrientes, que, se disponíveis na quantidade correta, ajudam muito nos seus rendimentos. Por isso, falaremos do cultivo mineral para cannabis indoor!

Como cultivador indoor, seu objetivo é dar as proporções de nutrientes corretas, nos momentos certos, garantindo que as plantas não tenham problemas de absorção. Um exemplo disso é a proporção de nutrientes para o vegetativo ou floração.

Os nutrientes podem estar no solo, através da decomposição da matéria orgânica ou serem adicionados ao meio. Esse último pode ter origem orgânica (baseados em carbono) ou mineral (compostos inorgânicos).

No cultivo mineral os fertilizantes são diferentes tipos de sais, com diferentes graus de solubilidade. Conforme sua composição, eles se dividem em três classes: simples, formado apenas por um composto químico (mas que pode apresentar mais de um nutriente); misto, formado por dois ou mais compostos; complexo, que é formado a partir de misturas tecnológicas.

Tipos de fertilizantes minerais

  • Sólido: Os fertilizantes sólidos se decompõem com o tempo, liberando novas doses de fertilização, conforme a planta for sendo regada. São encontrados em diversos tamanhos, de granulados, farelos ou pó. Os fertilizantes sólidos são incorporados à mistura do substrato ou adicionados nas novas camadas. Também podem ser dissolvidos e usados na irrigação.
  • Líquido: Os fertilizantes líquidos possuem ação mais rápida do que os sólidos, normalmente são feitos de misturas específicas para alcançar uma determinada proporção de nutrientes. Os fertilizantes líquidos são feitos com base nos fertilizantes sólidos, sendo adicionados produtos como conservantes e até mesmo produtos orgânicos.

Agora que já conhecemos os fertilizantes minerais, vamos para alguns conceitos do cultivo mineral, que vão auxiliar muito a entrar neste estilo de cultivo.

NPK

NPK é uma sigla usada na agricultura que designa a relação entre os três principais nutrientes das plantas, também conhecidos como macronutrientes. Para os animais, os macronutrientes são proteínas, carboidratos e lipídios; para as plantas Nitrogênio (N), Fosforo (P) e Potássio (K).

A sigla NPK traz os valores do símbolo dos elementos químicos, onde, se consultarmos a tabela periódica, N é nitrogênio; Fósforo é representado pela letra P; e Potássio é a letra K.

O valor de NPK indica a proporção, em porcentagem, de cada um dos três principais nutrientes, por exemplo: NPK 10-10-10 indica que o fertilizante tem 10% de N, de P e de K. Agora, se o fertilizante fosse 7-11-27, indicaria 7% de Nitrogênio, 11% de Fósforo e 27% de potássio.

O restante do fertilizante é preenchido com outros nutrientes, conhecidos como micronutrientes e partes inertes, que não possuem utilidades para as plantas.

Os micronutrientes são conhecidos assim, pois são utilizados em menor escala pelas plantas, mas devem ser fornecidos para que elas consigam executar suas funções vitais da melhor forma possível. São eles: cálcio, o magnésio e o enxofre (considerados por alguns como um nível acima dos micronutrientes) e boro, cloro, molibdênio, cobre, ferro, zinco e manganês.

Cada fase de vida possui uma necessidade diferente de NPK, o período vegetativo exige mais Nitrogênio, médio Fósforo e alto Potássio, enquanto na floração exige um pouco mais de Potássio, que o fósforo aumente ou permaneça igual e o nitrogênio abaixe. Alguns momentos específicos também exigem equilíbrios diferentes, como o enraizamento ou transplante, período caracterizado por alto uso de fósforo, por exemplo.

Mas como saber a quantidade correta para dar para as nossas plantas? Bem, vamos falar de solução nutritiva.

Fertirrigação e solução nutritiva

A forma mais comum de se cultivar com fertilizantes minerais, no cultivo indoor, é através da fertirrigação, que nada mais é do que a irrigação (rega) com a adição de nutrientes, resultando numa solução nutritiva.

A solução nutritiva pode ser feita com a diluição de nutrientes sólidos na água ou já vir pronta, concentrada, para ser diluída com mais água. De qualquer forma, é importante procurar entender como funciona o seu meio de cultivo para a adição da solução.

Em meios inertes, conhecidos como sem solo, ou semi-inertes, com pouco adição de matéria orgânica, a fertirrigação é utilizada para levar uma nova carga de alimentação para as plantas, tendo um equilíbrio na taxa de nutrientes e distribuindo macros e micros. Nesses meios, a solução nutritiva precisa ser dada com frequência, pois os nutrientes só estarão disponíveis se adicionados na água.

Ainda nesses meios sem solo, alguns se assemelham muito a rega do solo, com duas ou três regas semanais, podem ser elas com ou sem nutrientes, como é o caso da turfa. Normalmente, o fertilizante mineral pode ser usado de uma única vez, com a carga da semana ou ter essa carga dividida por cada rega da semana (o que costuma garantir resultados melhores, evitando excessos ou deficiências).

Já os meios sem solo que possuem potencial hidropônico, por exemplo o coco ou a lã de rocha, a fertirrigação costuma ser mais frequente, mas com nutrientes menos concentrados, lavando completamente o substrato e adicionando nutrientes novos na proporção exata.

A solução nutritiva também é utilizada no cultivo na água, tendo seu conteúdo trocado completamente após um determinado período de tempo (normalmente, a cada semana).

Muitas empresas possuem nutrientes minerais sólidos ou líquidos, prontos para serem adicionados a solução nutritiva e fornecerem os nutrientes na medida certa. É possível encontrar empresas especializadas em Cannabis, com soluções para diversas finalidades, ou procurar os fertilizantes de agricultura geral e se basear pelos macros e micronutrientes presentes nas soluções para Canna ou pela fase de vida das plantas.

A solução nutritiva precisa ter alguns parâmetros checados para uma melhor entrega dos nutrientes para as plantas e evitar problemas com deficiências ou toxidades.

PPM e EC

Os nutrientes fornecidos pelas plantas precisam estar não só na proporção correta, mas também, na quantidade certa.

Os fertilizantes minerais são diferentes formas de sais, se você tiver muito sal na solução nutritiva, a planta terá dificuldades de conseguir absorver água e poderá até perdê-la para o meio, gerando queimaduras nas folhas e raízes por excessos de nutrientes.

Os valores de EC/PPM/TDS são importantes para isso, eles medem a quantidade de sais presentes na solução nutritiva. Mas qual a diferença entre eles?

No final, os três servem para indicar a mesma coisa, mas possuem uma nomenclatura diferente: EC significa Electrical Conductivity (Condutividade elétrica), TDS é Total Dissolved Solids (total de partículas sólidas dissolvidas), enquanto PPM é Parts Per Million (Partes por Milhão).

Os valores em EC são diferentes do TDS, os medidores em TDS calculam o EC e convertem para PPM. Os valores em PPM podem ser em escala 500 ou 700, ou seja, a conversão de 0,1 EC é igual a 50 PPM (na escala mais utilizada aqui no Brasil, 500) ou 70 PPM (na escala 700).

Normalmente os valores são expressados pelos fabricantes em ml/L ou g/L, mas medir a quantidade de EC/PPM na solução nutritiva pode ajudar muito o seu cultivo. Para medir você irá precisar de um medidor de TDS ou EC, preparar a solução nutritiva final e colocar o medidor na água para estabilizar em um valor.

Olhando as recomendações do fabricante, é possível saber se você pode adicionar mais água à solução, diluindo os sais e deixando o EC/PPM menor; ou colocar mais sal, na proporção correta, para aumentar o valor do EC/PPM.

Além do EC/PPM outro valor é muito importante ser aferido e corrigido, o pH.

PH

pH é uma escala usada para especificar a acidez ou basicidade de uma solução aquosa (com água como solvente). A escala vai de 1, muito ácido até 14, muito alcalinas; sendo 7, neutro.

A escala de pH vai indicar quanto os nutrientes estão disponíveis na água. Por exemplo, se estiver fora da faixa ideal para o seu meio de cultivo, algum nutriente pode ficar indisponível ou até mesmo ter excesso de outros, causando problemas crônicos.

O pH pode ser medido com um aparelho específico, no cultivo indoor, esses aparelhos custam uma média entre R$ 30 e R$ 300, onde os mais caros precisam de menos calibragem e possuem maior precisão. Você irá utilizar o aparelho por cerca de um minuto na solução nutritiva e o valor será informado.

Para diminuir o pH, você irá adicionar uma substância ácida na solução (normalmente vendido como DOWN) e para subir, uma substância alcalina (conhecida como UP). Mas atenção, o processo de medição do EC/PPM e pH devem ser feitos após a adição de todos os nutrientes na água, pois cada nutriente adicionado poderá aumentar ou diminuir o pH e aumentar o EC/PPM.

Com o pH da solução nutritiva correto, os nutrientes ficarão disponíveis muito mais fácil, assim suas plantas terão menos problemas com a captação, otimizando o consumo de nutrientes e, consequentemente, os rendimentos da planta.

Orgânico x Mineral

Muito se fala sobre o cultivo mineral X cultivo orgânico, alguns argumentam que os nutrientes minerais não podem ser usados com os orgânicos, mas podem, o que acontece é que alguns tipos de nutrientes podem desequilibrar a microbiologia do solo, então seu uso requer mais cautela e menos aplicações do que num substrato inerte.

Para hidroponia, nutrientes orgânicos não são indicados sem um controle de patógenos, o meio é muito mais sensível e a podridão radicular aparece com muito mais facilidade, sendo preferível o uso de nutrientes minerais.

O cultivo orgânico também é considerado mais natural, especialmente quando você começa a desenvolver seu solo e gerar mais relação entre matéria orgânica, microbiologia e planta. Sim, no orgânico há uma enorme presença de vida no substrato.

É argumentado que o cultivo mineral gera uma enorme exploração no planeta e muitas vezes o cultivo mineral exige um maior uso de água do que o cultivo no solo.

Outro fator bastante falado é a relação do cheiro e sabor do orgânico para o mineral, onde, supostamente o orgânico possui uma relação maior na qualidade dos odores e gostos sentidos. De um certo ponto, isso pode ser verdade, o orgânico pode gerar cheiros mais complexos, mas nada que seja incrivelmente diferenciado, especialmente se falarmos em aditivos benéficos para o mineral.

Aditivos são utilizados tanto no orgânico, quanto no mineral, são substâncias que potencializam o crescimento, a explosão de raízes ou os cheiro e gostos, por exemplo. No cultivo mineral é possível utilizar o melhor dos dois mundos, usar fertilizantes minerais par ser a base da nutrição da planta e aditivos que cumpram funções específicas.

Alguns exemplos são o uso foliares ou na fertirrigação de algas, gerando uma melhor resistência aos estresses e potencializando hormônios; ácidos húmicos e fúlvicos, gerando uma melhor relação entre raízes e nutrientes, além de oferecer resistência; aminoácidos, potencializando a síntese de proteínas; e até o uso de microorganismos, criando uma melhor relação entre raízes e meio.

Então, você poderá ter um cultivo com a base 100% mineral, mas adicionar aditivos orgânicos que potencializem o metabolismo da planta, gerando mais resistência, aumentando os rendimentos e fazendo a planta utilizar o seu potencial genético, melhorando cheiros e sabores.

Cultivo organomineral

O termo organomineral confunde muito a cabeça das pessoas, mas nada mais é do que uma mistura de compostos orgânicos com a o complemento de fontes minerais.

A relação entre o orgânico e mineral é feita de forma benéfica, onde não perdemos as propriedades do orgânico e nem os nutrientes do mineral.

Os fertilizantes organominerais irão entregar o NPK necessário para as plantas, os micronutrientes e também podem ser feitos na forma de aditivos, melhorando o cultivo.

Ao fim, a escolha entre fontes orgânicas, minerais ou organominerais irá depender do seu estilo de cultivo, da sua rotina e dos seu ideais, sendo todas elas excelentes opções para o cultivo indoor.

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