Deficiências Nutricionais da Maconha: como identificar

Se sua planta está com um aspecto estranho, folhas descoloridas ou com formatos irregulares, você pode estar enfrentando problemas de deficiência nutricional, que podem comprometer a qualidade e a produtividade do cultivo de cannabis. Neste artigo, vou te mostrar as principais deficiências nutricionais da maconha, como identificá-las e, mais importante, como corrigi-las – seja no cultivo orgânico ou mineral. Além disso, vou te dar dicas essenciais para melhorar a absorção de nutrientes e evitar problemas futuros.
Meu nome é Cadu Brandão, sou especialista em cultivo e vou garantir uma plantação mais verde e saudável aí na sua casa. Vem comigo!
Outros Problemas Que Podem Afetar Suas Plantas
Antes de achar que sua planta tem uma deficiência de nutrientes, é fundamental verificar outros fatores que podem causar sintomas parecidos.
Aqui estão alguns problemas comuns que podem confundir cultivadores:
1. Excesso de Luz
Se sua planta está muito próxima à luz, especialmente no caso de lâmpadas HPS, pode acontecer um branqueamento ou queima das folhas superiores. Esses sintomas, causados pela exposição excessiva à luz, podem ser confundidos com os sintomas causados pelas deficiências nutricionais da maconha.
Solução: ajuste a distância das luzes e monitore a intensidade luminosa com um medidor de PPFD. Clique aqui para aprender como medir o PPFD!

2. Temperatura e Umidade Desreguladas
Se a temperatura estiver muito alta e a umidade estiver incorreta, a planta pode apresentar folhas encurvadas para cima e queimaduras. Esses sintomas surgem porque a planta não consegue respirar e transpirar corretamente, comprometendo o processo de fotossíntese e dificultando a absorção de nutrientes essenciais.
Solução: mantenha a temperatura e a umidade dentro dos níveis recomendados para cada fase do cultivo. Clique aqui para aprender como regular a temperatura e umidade!

3. Falta de Ventilação e Troca de Ar
Uma ventilação muito forte pode causar queimaduras pelo vento (wind burn), deixando as folhas ressecadas e deformadas. Por outro lado, a falta de circulação de ar pode diminuir a absorção de CO₂, afetando a fotossíntese.
Solução 1: ajuste a ventilação para que as folhas vibrem levemente, sem excesso de vento direto. Clique aqui para aprender como posicionar os ventiladores!
Solução 2: utilize instale um sistema de exaustão na sua estufa ou quarto de cultivo. Clique aqui para aprender como instalar um sistema de exaustão!

4. Infestação de Pragas
Pragas como broad Mites e ácaros podem sugar a seiva das folhas, deixando um aspecto amarelado e retorcido. Muitas vezes, cultivadores confundem isso com as deficiências nutricionais da maconha.
Solução: faça inspeções regulares, use lupas para identificar pragas e, se necessário, aplique produtos naturais ou biológicos para controle. Clique aqui para aprender a prevenir pragas!

5. Excesso de Rega (Overwater)
Muita água pode sufocar as raízes e impedir a absorção correta dos nutrientes. Isso pode deixar as folhas murchas, enrugadas e até queimadas.
Solução: regue apenas quando o substrato estiver seco na superfície. Menos é mais! Clique aqui para aprender a regar corretamente!

Deficiências Nutricionais da Maconha: como identificar e resolver
Agora que já falamos de outros possíveis problemas, vamos focar nas deficiências nutricionais mais comuns no cultivo de maconha. Para facilitar, dividi os nutrientes em:
- Macronutrientes: Nitrogênio (N), Fósforo (P), Potássio (K) – os mais essenciais.
- Nutrientes Secundários: Cálcio (Ca) e Magnésio (Mg) – muito importantes para a estrutura e metabolismo da planta.
- Micronutrientes: Zinco (Zn), Ferro (Fe), Boro (B), entre outros – usados em menores quantidades, mas ainda fundamentais.
Agora, bora entender como cada um afeta a planta e como corrigir!
1. Deficiência de Nitrogênio (N)

Sintomas:
- Folhas mais velhas (inferiores) começam a amarelar.
- As folhas mais novas continuam verdes.
- Se não corrigido, o amarelamento sobe pela planta até atingir folhas mais altas.
- Plantas menores e com caules mais finos.
- Redução na produção de folhas e flores.
Causas:
- Falta de fertilizantes ricos em nitrogênio.
- pH abaixo de 5.5 ou acima de 7.0.
- Regas excessivas.
- Temperaturas muito baixas.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de torta de neem, farinha de sangue ou fermentado de peixe.
- Cultivo Mineral: aplicação de nitrato de cálcio ou ureia.
Dica Extra:
- No final da floração, um leve amarelamento das folhas mais baixas é normal e faz parte do processo natural de senescência (envelhecimento). Evite adicionar nitrogênio em excesso nessa fase para não comprometer o sabor e aroma dos buds.
2. Deficiência de Fósforo (P)

Sintomas:
- Folhas escurecidas ou arroxeadas.
- Crescimento lento e raízes fracas.
- Pode afetar a formação das flores.
- Raízes fracas e pouco desenvolvidas.
- Em casos graves, as folhas podem apresentar manchas necróticas (mortas) e secas nas bordas.
Causas:
- Baixa disponibilidade de fósforo no solo.
- Temperaturas muito baixas.
- pH abaixo de 5.5 ou acima de 7.0.
- Excesso de ferro, zinco ou alumínio no solo.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de fosfatos naturais, fosfato de cálcio ou fermentado de peixe.
- Cultivo Mineral: aplicação de fosfato monopotássico (MKP).
Dica Extra:
- Durante a floração, um bom suprimento de fósforo é essencial para a formação de flores grandes e resinosas.
3. Deficiência de Potássio (K)

Sintomas:
- Amarelamento e queimaduras nas bordas das folhas.
- Plantas mais suscetíveis a pragas e doenças.
- Folhas com aparência enrugada e distorcida em casos avançados.
- Crescimento lento.
- Plantas mais suscetíveis a pragas e doenças.
- Flores menores e menos densas.
Causas:
- Substrato pobre em potássio.
- pH abaixo de 5.5 ou acima de 7.0.
- Excesso de cálcio ou magnésio.
- Regas excessivas.
- Baixa atividade microbiológica no solo.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de cinza de madeira, farinha de algas, melaço.
- Cultivo Mineral: aplicação de Sulfato de potássio ou cloreto de potássio (em pequenas doses).
Dica Extra:
- Se você cultiva em fibra de coco, um erro comum é não fazer a tamponagem da fibra antes do cultivo. Isso pode levar a deficiências de cálcio e magnésio, que acabam afetando a absorção de potássio também. Clique aqui para aprender a tamponar a fibra de coco!
4. Deficiência de Cálcio (Ca)

Sintomas:
- Pontos marrons nas folhas mais novas.
- Caules finos e frágeis.
- Folhas deformadas.
- Raízes curtas e fracas.
- Flores pequenas e menos densas.
- Maior vulnerabilidade a pragas e doenças.
Causas:
- Falta de cálcio no solo ou substrato.
- pH abaixo de 6.0.
- Excesso de potássio, magnésio ou sódio.
- Cultivo em fibra de coco sem tamponagem prévia.
- Baixa umidade relativa do ar.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de Cal dolomítica, farinha de ossos ou casca de ovos triturada.
- Cultivo Mineral: aplicação de Nitrato de cálcio ou cloreto de cálcio.
5. Deficiência de Magnésio (Mg)

Sintomas:
- Clorose (amarelamento) entre as nervuras das folhas mais velhas.
- As nervuras permanecem verdes, criando um efeito de listras amarelas e verdes.
- As folhas começam a enrolar ou murchar.
- Pontas das folhas queimadas ou necrosadas.
- Crescimento reduzido.
- Maior vulnerabilidade a estresses ambientais.
Causas:
- Substrato ou solo pobre em magnésio
- pH abaixo de 5.5.
- Excesso de cálcio ou potássio.
- Cultivo em fibra de coco sem tamponagem.
- Regas excessivas (overwater).
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de Cal dolomítica, farinha de ossos ou cinza de madeira
- Cultivo Mineral: aplicação de Sulfato de magnésio (sal de Epsom).
6. Deficiência de Boro (B)

Sintomas:
- Crescimento atrofiado e distorcido.
- Ponta de crescimento queimada.
- Raízes com crescimento lento.
- Manchas necróticas entre as nervuras das folhas.
- Folhas espessas e quebradiças.
- Aparência geral caída.
Causas:
- Solo ou substrato pobre em boro
- pH abaixo de 6.0.
- Excesso de cálcio ou potássio.
- Regas excessivas.
- Solo com pouca matéria orgânica.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de farinha de algas ou cinzas de madeira.
- Cultivo Mineral: aplicação de ácido bórico dissolvido na água de irrigação em doses controladas.
7. Deficiência de Ferro (Fe)

Sintomas:
- Clorose internerval (amarelamento entre as nervuras), começando nas folhas mais novas.
- Progressão do amarelecimento, partindo da base da folha e avançando até a ponta.
- Folhas novas podem ficar completamente amarelas ou esbranquiçadas em casos graves.
- Necrose (manchas marrons) nas folhas mais jovens, podendo levar à queda prematura.
- Crescimento reduzido e menor desenvolvimento geral da planta.
- Diminuição na qualidade e no rendimento das flores em deficiências prolongadas.
Causas:
- pH acima de 7.2.
- Excesso de fósforo, manganês, zinco ou cobre.
- Excesso de regas e solo mal drenado.
- Altas concentrações de sais no solo.
- Temperaturas baixas no solo.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de farinha de algas ou pó de rocha, que fornecem ferro e outros micronutrientes.
- Cultivo Mineral: aplicação de ferro quelatado (EDDHA ou DTPA) no solo para rápida absorção, especialmente em pH alto.
8. Deficiência de Manganês (Mn)

Sintomas:
- Clorose internerval (amarelamento entre as nervuras) nas folhas mais novas.
- As bordas das folhas permanecem verdes, criando um efeito de “veias verdes” com tecido amarelado entre elas.
- Manchas necróticas (pontos marrons ou pretos) nas folhas mais afetadas.
- Crescimento lento e atrofiado, resultando em plantas menores e menos vigorosas.
- Redução da fotossíntese, levando a uma aparência fraca e menor desenvolvimento geral.
- Folhas secas e quebradiças em casos graves.
Causas:
- pH acima de 6.5.
- Excesso de ferro no solo.
- Solo pobre em manganês.
- Excesso de regas e solos mal drenados.
- Baixa umidade relativa.
Solução:
- Cultivo Orgânico: aplicação de pó de rocha rico em manganês ou farinha de algas.
- Cultivo Mineral: aplicação de sulfato de manganês (MnSO₄) via solo ou foliar para correção rápida.
Dica Extra:
- Não confunda com deficiência de ferro! Ambas causam clorose internerval, mas na deficiência de manganês, as bordas das folhas permanecem verdes.
Dicas Para Melhor Absorção dos Fertilizantes
Para evitar as deficiências nutricionais da maconha, siga estas estratégias:
Dicas para Cultivo Mineral:
1. Ajuste o pH da água e do solo:
- O pH ideal fica entre 5.8 a 6.5 para que os nutrientes estejam biodisponíveis.
- Se o pH estiver muito baixo ou alto, os nutrientes podem ficar indisponíveis para as raízes, causando deficiências mesmo com fertilização adequada.
2. Faça regas controladas:
- Evite excesso de água para não sufocar as raízes e evitar a lixiviação de nutrientes essenciais.
- No cultivo hidropônico ou em substratos inertes como fibra de coco, monitore a drenagem para evitar acúmulo de sais.
3. Cheque o EC (condutividade elétrica):
- O EC de entrada indica a concentração de fertilizantes na solução.
- O EC de saída mostra o que está sendo absorvido e pode indicar acúmulo ou deficiência de nutrientes.
- Se o EC de saída for muito alto, pode haver acúmulo de sais, exigindo uma drenagem extra com água pura.
Dicas para Cultivo Orgânico:
1. Mantenha um solo vivo e equilibrado:
- No cultivo orgânico, os nutrientes não são diretamente absorvidos pelas plantas, mas sim liberados através da ação dos microrganismos do solo.
- Use compostos orgânicos como bokashi e chá de húmus de minhoca para garantir um solo rico e fértil.
2. Use chá aerado de húmus:
- O chá aerado de húmus fortalece a microbiota do solo e melhora a biodisponibilidade dos nutrientes.
- Clique aqui para aprender como fazer chá aerado de húmus!
3. Aplique matéria orgânica regularmente:
- Insumos como farinha de ossos, torta de neem, cinza de madeira e pó de rocha liberam nutrientes gradualmente.
- Isso mantém o solo sempre fértil e evita oscilações na disponibilidade de nutrientes.
4. Regas equilibradas e cobertura morta:
- O solo orgânico precisa de umidade estável para manter a microbiota ativa.
- O uso de cobertura morta (mulching), como palha ou folhas secas, ajuda a reter umidade e manter um ambiente adequado para os microrganismos.
5. Evite o uso excessivo de fertilizantes líquidos orgânicos.
- Isso pode alterar o equilíbrio microbiológico do solo. O ideal é fornecer matéria orgânica sólida e deixar os microrganismos fazerem o trabalho!
Conclusão
As deficiências nutricionais podem afetar a saúde e produtividade do cultivo de maconha, mas com conhecimento e boas práticas, você pode corrigir e evitar esses problemas.
Agora me conta: já enfrentou alguma dessas deficiências? Comenta aí!
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Sobre o Autor:
Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

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