Cannabis Automática: 5 motivos para NÃO cultivar

Fala, galera! Hoje eu quero bater um papo sobre um tema polêmico: vale a pena cultivar cannabis automática? Depois de anos de experiência, testando dezenas de genéticas automáticas, eu cheguei à conclusão de que não cultivar mais genéticas auto-florescentes – e vou te explicar o porquê.
Meu nome é Cadu Brandão, pesquisador e especialista no cultivo de maconha. Se você está pensando em cultivar, ou já cultiva automáticas, vamos debater os argumentos e entender melhor essa questão. Bora lá?
O que é Cannabis Automática?
A cannabis automática é resultado do cruzamento de variedades genéticas fotoperiódicas (indica e sativa) com a cannabis ruderalis, que é uma subespécie originária da Rússia e do Leste Europeu. Diferente das fotoperiódicas, que florescem quando são expostas a 12 horas de luz por dia, as automáticas florescem independentemente do ciclo de luz.
Isso acontece porque a ruderalis se adaptou ao ambiente do Círculo Polar Ártico, onde o ciclo solar é extremo: no verão, há meses de luz contínua (Sol da Meia-Noite), enquanto no inverno, o Sol não nasce por longos períodos (Noite Polar). Nesse ambiente, a dependência do fotoperíodo para a floração seria um risco para a sobrevivência da planta. Para se reproduzir antes da chegada do frio intenso, a ruderalis desenvolveu um mecanismo genético que a faz florescer automaticamente, independentemente do ciclo de luz.
Características principais da cannabis automática:
- Ciclo de vida curto: florescem entre 8 e 10 semanas desde a germinação.
- Baixa estatura: dificilmente passam dos 60 cm de altura.
- Menor teor de THC: por conta da genética ruderalis, o nível de THC tende a ser um pouco menor do que nas fotoperiódicas.
- Boa resistência: adaptadas a climas mais hostis, são mais resistentes a pragas e doenças.
As plantas automáticas são muito utilizadas no cultivo outdoor pois permitem várias colheitas ao longo do ano, já que não dependem do fotoperíodo para iniciar a floração.
Mas, se elas têm tantas vantagens, por que eu parei de cultivá-las? Agora eu vou te mostrar o outro lado da moeda.

Por que Eu Não Cultivo Mais Cannabis Automática?
1. Falta de controle sobre o crescimento
O maior problema que vejo nas automáticas é que você não tem controle sobre o ciclo de amadurecimento da planta. Ela decide quando vai florir, independentemente do seu planejamento. Isso pode ser um problema, principalmente para quem está começando no cultivo.
Se a planta enfrentar qualquer estresse na fase vegetativa – como um erro na rega, nutrientes desequilibrados, temperatura errada ou pragas – ela vai florir de qualquer jeito, mesmo que ainda esteja pequena e fraca. Isso prejudica o rendimento final, resultando em menos flores na colheita.
Com plantas fotoperiódicas, você pode corrigir erros durante a fase vegetativa, porque elas só começam a florir quando você altera o fotoperíodo. Com as automáticas, qualquer erro pode ser fatal para a produtividade.

2. Alta variabilidade genética
Outro ponto que me incomodou bastante quando cultivava genéticas auto-florescentes foi a grande variação entre as plantas do mesmo pacote de sementes. Em um lote de 10 sementes automáticas, é comum encontrar:
- 4 plantas boas;
- 3 medianas;
- 3 plantas anãs ou problemáticas.
Mesmo quando cultivadas sob as mesmas condições, algumas automáticas desenvolvem bem, enquanto outras ficam pequenas, não crescem direito ou apresentam falhas na floração. Isso acontece porque os cruzamentos com ruderalis ainda não são tão estáveis quanto os de genéticas indicas e sativas tradicionais.
Se você quer um cultivo homogêneo, que tenha as mesmas taxas de desenvolvimento e rendimento, essa variabilidade pode ser um pesadelo.

3. Menor teor de THC e terpenos
Por mais que as genéticas de cannabis automática tenham evoluído bastante, elas ainda possuem um THC ligeiramente menor do que as suas versões fotoperiódicas. Ou seja, ao ser consumida através do fumo ou ingestão, o efeito das automáticas pode ser um pouco menor. Isso acontece porque:
- A genética ruderalis naturalmente possuem baixo THC.
- O processo de feminização também pode reduzir um pouco o THC.
Além disso, alguns growers acreditam que automáticas produzem menos terpenos do que plantas fotoperiódicas, já que o tempo de floração é menor e não permite a completa maturação dos compostos aromáticos. Ou seja, as flores automáticas podem ser menos cheirosas.
Claro, isso não significa que todas as automáticas são fracas. Mas, se você busca um cultivo de alto rendimento e potência máxima, as fotoperiódicas ainda levam vantagem.

4. Não é possível clonar
Uma das maiores vantagens do cultivo de cannabis fotoperiódica é a possibilidade de clonar plantas para preservar e multiplicar uma genética de qualidade. No entanto, com as automáticas, isso não é viável.
Isso acontece pois a cannabis automática têm um ciclo de vida pré-determinado, programado geneticamente. Ou seja, o tempo de crescimento e floração está contado desde o primeiro dia de vida da planta, independentemente das condições do ambiente.
Quando cultivamos fotoperiódicas, podemos tirar clones antes da floração e mantê-los no estágio vegetativo indefinidamente, permitindo que o grower preserve a genética e replante quantas vezes quiser. Já no caso das automáticas, mesmo que você consiga enraizar um clone, ele herdará a mesma idade biológica da planta-mãe e seguirá seu ciclo natural. Isso significa que:
- O clone começará a florir muito cedo, sem tempo para crescer e desenvolver ramos produtivos.
- O rendimento será extremamente baixo, pois o clone será pequeno e imaturo quando entrar na floração.
- Você perderá a genética depois da colheita, pois não há forma de perpetuá-la como acontece com as fotoperiódicas.

5. Preço alto e necessidade de recompra
Um dos maiores pontos negativos das plantas automáticas é o alto custo por semente e a obrigação de comprar novas sementes a cada ciclo de cultivo. Diferente das fotoperiódicas, que podem ser clonadas e preservadas por anos, as automáticas não permitem clonagem eficiente, tornando cada colheita um investimento novo em sementes.
Aqui está um comparativo de preços médios no mercado:
- Sementes automáticas: R$ 140 – R$ 210 por semente.
- Sementes fotoperiódicas feminizadas: R$ 100 – R$ 150 por semente.
- Sementes regulares: R$ 50 – R$ 80 por semente.
Ou seja, o preço de uma única semente automática pode ser até o dobro de uma regular importada, e você sempre precisará comprar novas para continuar cultivando.
Se compararmos a longo prazo, a diferença de custos fica ainda mais evidente. Vamos supor que um grower cultive seis plantas por ciclo e faça quatro ciclos por ano:
- Cultivando apenas automáticas, ele gastaria cerca de R$ 3.400 – R$ 5.000 por ano em sementes.
- Com fotoperiódicas regulares, ele pode comprar um único pack de 10 sementes regulares por cerca de R$ 500, selecionar uma fêmea campeã e manter a genética por anos através de clonagem, eliminando a necessidade de comprar sementes novamente.
Essa diferença no custo pode ser investida em um melhor sistema de iluminação, ventilação ou fertilizantes, que fazem muito mais diferença na qualidade final da colheita.
Em resumo: se você quer investir no melhor custo-benefício para o seu cultivo, escolha sementes fotoperiódicas feminizadas e garanta plantas mais produtivas, potentes e com genética estável.
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Mas as Automáticas Não São Mais Rápidas?
Um dos maiores mitos sobre a cannabis automática é que elas dão resultados mais rápidos. Embora o ciclo total seja mais curto, você pode obter tempos semelhantes cultivando fotoperiódicas no ciclo 12/12 horas desde a germinação.
Quando uma cannabis automática começa a florescer aos 20 dias, o que está acontecendo na prática é apenas o alongamento inicial da floração. Mas, se você colocar uma fotoperiódica e exposta à luz por 12/12 horas desde o início, ela terá um ciclo quase igual, mas com mais controle e possibilidades de seleção genética.
Pra quem as Automáticas São Ideais?
Até agora eu falei um monte de pontos negativos sobre as automáticas, mas a real é que elas podem sim ser a escolha certa para algumas pessoas. Se você cultiva outdoor e quer colher várias vezes ao ano, sem precisar se preocupar com o fotoperíodo ou mudanças de estação, as automáticas são uma ótima pedida. Elas também são boas para quem tem um espaço muito limitado ou quer um cultivo mais discreto, já que costumam ser menores. Além disso, se você está começando e quer um ciclo rápido sem precisar trocar o fotoperíodo manualmente, pode ser uma opção viável.
Só que, mesmo assim, você precisa entender as limitações e saber que não vai ter o mesmo controle e rendimento de uma fotoperiódica bem cultivada. Então, se seu objetivo é praticidade e velocidade, as automáticas podem encaixar bem – mas se você quer maximizar a qualidade e o custo-benefício, fotoperiódica ainda é o caminho!
Conclusão: vale a pena cultivar cannabis automática?
Se você cultiva outdoor e quer colher várias vezes ao ano, a cannabis automática pode ser uma boa opção. Mas, para quem cultiva indoor e busca máximo rendimento, potência e estabilidade genética, as fotoperiódicas ainda são a melhor escolha.
Os principais motivos para eu não cultivar mais cannabis automática são:
- Falta de controle sobre o crescimento.
- Alta variabilidade genética.
- Não poder clonar as melhores plantas.
- Teor de THC e terpenos ligeiramente menores.
- Preço alto e necessidade de recompra constante.
No final, cada grower tem sua preferência. Mas, se você está começando no cultivo indoor, eu recomendo fortemente que você vá de sementes fotoperiódicas. O controle sobre a genética, o crescimento e o custo-benefício fazem toda a diferença.
E você, já cultivou uma cannabis automática? Qual foi sua experiência? Deixa um comentário aqui e bora trocar uma ideia! 🚀🌿
Sobre o Autor:
Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

Se você ainda possui alguma dúvida sobre cultivo de cannabis, por mais simples e básica que pareça ser, não hesite em entrar em contato com a Cultlight, nós faremos o possível para te ajudar ao longo de todo o caminho.
Chama lá!
O meu inicio no cultivo foi com as feminizadas,hoje cultivo automáticas é uma planta Sensível e no seu tempo,se faltar luz ela vai desenvolver no que receber e geralmente fica anã,placas de led full spetrum onde a luz fica lilás recomendo 15cm de distancia da copa,eu sempre usei o ferti floranova grow e bloom da general hidroponic com EC regulado 1600 e PH entrando com 5,8,solo sempre usei turfa,com humus e rega com agua até seus 20 dias onde na maioria das auto já aparece a pré flor,logo já começo fertilizar,o meu espaço é pequeno 0,60 x0,60 x 1,60,o menor espaço que já cultivei foi 0,40 x 0,40 x 1,60 com uma placa de 240w que teve um bom rendimento,o grande erro com as placas de led é deixar longe da copa.
Concordo! Deixar o painel de LED longe das copas é desperdício de energia, basicamente. Valeu pelo comentário relatando sua experiência 🙌🙌
Primeira vez que planto , e estou aprendendo mto com seus vídeos.
A gente fica MUITO feliz de ler isso aqui no site também 🙌