Um dos fatores mais importantes no quesito de qualidade do seu painel é a qualidade do driver. Um driver de qualidade vai garantir que sua quantum board tenha vida útil e intensidade maiores, além de gerar menos calor e perda de energia. Neste artigo, explicaremos tudo pra você sobre a importância dos drivers na iluminação para cultivo indoor.
Como funciona um driver?
O driver funciona como um conversor de energia. Se você ligasse os chips direto na tomada, por exemplo, eles queimariam por conta da diferente tensão.
É aí que o driver entra, transformando a energia da rede elétrica (tensão alternada) em uma tensão contínua. O driver possibilita o ajuste de tensão e corrente e assegura a baixa ondulação de saída. A ondulação de saída é caracterizada por uma variação da tensão e corrente de saída em torno de um valor médio. Os drivers Meanwell apresentam esta ondulação (Ripple) com valor máximo de 3%.
Além disso, o driver também possui outras funções e parâmetros importantes, como grau de proteção, potência e a eficiência do driver.
A importância dos Drivers: Grau de Proteção (IP)
O grau de proteção (IP Level) qualifica a capacidade do equipamento de funcionar adequadamente em ambientes com incidência de agentes agressivos como água e outros fluidos, poeira e outros sólidos. Normalmente, os drivers tem ao menos um grau de proteção IP65, que confere proteção contra poeira e contra jatos de água (não contra imersão).
Os drivers MeanWell, os quais utilizamos, apresentam grau de proteção IP67, que confere também proteção contra imersões de curta duração em água.
Ripple (qualidade do driver)
O ripple se refere a quão planas e exatas são as saídas de tensão e corrente do driver. Trata-se de uma característica inerente a todos os conversores de energia chaveados e conversores de alta qualidade apresentarem um baixo ripple. Afinal, isso contribui para a manutenção do fluxo luminoso e da vida útil do chip.
Eficiência do driver de uma Quantum Board
Já a eficiência do driver é a medição da porção de energia gasta sob a forma de calor durante a sua operação, ou seja, o quanto de energia é desperdiçada em calor.
Temos um artigo só sobre como lidar com o calor no cultivo. Leia!
A função do driver é fazer a adaptação de tensão dos níveis da rede elétrica para os níveis suportados pelos chips de LED.
Para realizar esta tarefa, entretanto, alguma parcela de energia é desperdiçada principalmente no aquecimento dos componentes de potência. Se a eficiência de um driver é de 90%, isto significa que ele drena da rede elétrica uma potência 10% maior do que sua potência nominal. Por exemplo, se um driver de 120 W trabalha em plena carga e com eficiência de 90% a potência que ele realmente drena da rede elétrica não é 120 W e sim de 133 W.
O driver utilizado neste produto também figura entre o que há de melhor no mercado.
O modelo MeanWell HLG-120H-54B possui eficiência de 93,5%, indicando que apenas 6,5% de toda a potência processada pelo driver é desperdiçada.
Outros modelos inferiores utilizam o LPN-150N-54E, da fabricante chinesa Juson.
As características do driver são parecidas com os drivers MeanWell, como ripple de 3%, eficiência de 90% e vida útil de 43800h.
Drivers genéricos
Os drivers MeanWell, entretanto, passam mais confiança nas informações mostradas a começar pela facilidade de encontrar os datasheets e pelo fato de seus produtos estarem disponíveis nos maiores distribuidores mundiais (DigiKey e Mouser Electronics).
O driver da Juson, apesar de mostrar boas características, é muito difícil de ser encontrado fora dos sites de comércio chineses e a busca pelas informações técnicas pode demorar dias. Recomenda-se um teste de laboratório para levantar os reais dados deste driver e validar ou refutar as informações fornecidas pelo fabricante.
Degradação temporal dos drivers
O motivo maior de utilizar drivers de qualidade está atrelado à degradação. Lembre-se, cultivar é um hobby de longo prazo, diferente de outras áreas de utilização de aparelhos elétricos. No cultivo, os painéis ficam ligados de 12 a 18 horas por dia durante meses, e os aparelhos são forçados a trabalhar de forma intensa e contínua durante longos períodos de tempo.
Usar um driver de baixa qualidade pode impactar profundamente na intensidade luminosa dos chips.
É muito comum ver isso nos painéis de qualidade inferior. Quem nunca teve um painel que quando chegou era muito intenso e depois de um ano já perdeu muita intensidade? Pode ser por conta do driver. LEDs e lâmpadas de modo geral apresentam queda na capacidade de emissão luminosa ao longo de sua vida útil.
Para produtos ligados à horticultura, entretanto, os testes da DLC aprovam um equipamento apenas se a baixa no fluxo luminoso for inferior a 10% num período de 36.000 horas, e para possuir essa baixa no fluxo luminoso é necessário prestar atenção nos seguintes pontos…
Temperatura do driver
A melhor forma de conferir ao LED uma boa vida útil é mantê-lo dentro dos limites de temperatura estabelecidos em suas especificações (datasheets).
Daí temos a importância de um bom processo de soldagem, de um bom projeto da PCB, onde os LEDs são soldados e de um dissipador de calor bem dimensionado. A temperatura impacta bastante, por isso, nos modelos maiores, o driver deve ser separado da placa para garantir que tudo flua da forma mais fria possível.
Repare que fazemos questão de trazer produtos com os quais você pode deixar o driver FORA da estufa.
Ponto de operação do driver
Os fabricantes de semicondutores (chips) especificam nos respectivos datasheets o ponto nominal de operação de cada chip. O ponto de operação é definido por um valor de tensão e outro de corrente que devem ser respeitados.
No caso dos LEDs, o ponto de operação é o valor de tensão direta (Forward Voltage) e a corrente direta (Forward Current) encontrados no datasheet.
Os fabricantes também dão um mapa de regiões seguras (Regiões seguras são aquelas que não provocam a queima instantânea do chip, mas podem reduzir sua vida útil) para excursionar o ponto de operação, porém, quanto maior a potência, menor a vida útil do chip.
Comparativo entre drivers
Para fins de comparação, pesquisei alguns dos drivers utilizados em quantum boards de “120W”, podemos notar algumas coisas interessantes.
Algumas quantum boards utilizam o XLG-150-H-A, que na verdade é de 150W, e consome 163W reais da tomada. Um custo de energia superior, com a mesma quantidade de chips, ou seja, os chips trabalham num ponto de operação muito mais elevado e portanto são menos eficientes e tem sua vida útil reduzida.
Outras Quantum Boards possuem o driver chinês da Juson, que não possui datasheets online (possivelmente dados questionáveis). Esse driver tem 30% menos de vida útil comparado com os drivers da MeanWell e também são menos eficientes. Além de serem de 150W e não de 120W, consumindo 167W da tomada e possuindo o mesmo problema de ponto de operação dos outros painéis.
Uma boa alternativa é o XLG-120H da MeanWell, que é o modelo econômico da Meanwell, que peca somente no Ripple e na eficiência (apenas 1,5% de eficiência a menos).
Vídeo: DRIVER de ENERGIA: o CORAÇÃO das QUANTUM BOARDS
O Driver de Energia é uma dos componentes mais importantes das LED Quantum Boards e, mesmo assim, muita gente não presta atenção na hora de comprar seus produtos de iluminação. Nesse vídeo, vou apresentar pra vocês 5 motivos pelos quais você DEVE prestar atenção no Driver da sua placa de LED.
Conclusão
Sendo assim, visto todos os pontos citados acima, podemos garantir que ter o melhor driver possível para o seu painel é o melhor investimento a longo prazo.
Não troque gato por lebre, pois poupar nessa área do seu investimento pode acabar resultando num prejuízo futuro. Afinal, um bom driver irá garantir que sua luz brilhe mais e por mais tempo, consumindo menos.
Sobre o Autor:
Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!
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