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Haxixe Dry: como fazer a extração de maconha Dry Sift

O que é Haxixe Dry Sift?

O Dry Sift (em tradução livre, “peneiramento a seco”) é uma forma de haxixe produzido a partir de uma técnica que utiliza telas com malha extremamente fina para peneirar manualmente as flores secas de maconha, removendo as glândulas de resina (tricomas) e refinando as impurezas do extrato até alcançar uma consistência granular. 

O método consiste em uma abordagem prática para separar as cabeças de tricomas do material vegetal. O Haxixe Dry de alta qualidade é apreciado por seu processo artesanal, reverenciado por seu perfil de terpenos, potência e sua capacidade de derreter e vaporizar completamente (nesse caso é conhecido como Full Melt Dry Sift – FMDS).

Esta técnica de extração de maconha não utiliza solventes, o que permite que o sabor da sua strain seja preservado, além de ser uma extração segura para ser feita em casa.

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Como extrair o Haxixe Dry Sift

Essa extração de maconha consiste em esfregar meticulosamente as flores e trimmings secos em telas de serigrafia, com um movimento de peneirar. A agitação e o atrito ajudam a separar as delicadas glândulas dos tricomas das flores. As telas estreitas permitem que apenas as partículas mais finas passem, e após peneirar e coletar repetidamente através de uma série de telas de diferentes espessuras, da mais grossa para a mais fina, o hash está pronto para degustação.

Dicas para Extrair Dry Haxixe:

Existe uma variedade de dicas e truques que podem facilitar o processo de extração canábica. O mais fácil é usar temperaturas frias no ambiente onde a peneiração ocorre. A principal razão pela qual as temperaturas frias são preferidas é porque mantêm o produto final estável enquanto você trabalha com ele. Evitar que fique pegajoso e oleoso nos climas mais quentes ajuda a separar as impurezas que passam pelas telas. Temperaturas frias também ajudam a tornar os tricomas mais frágeis e quebradiços, permitindo que eles se separem da planta muito mais facilmente.

Outra dica importante é ter certeza de que a matéria vegetal esteja o mais seca possível (umidade abaixo de 50%) para realizar a extração com sucesso. Flores com umidade acima de 60% tendem a ficar pegajosas e atrapalhar o processo.

Materiais Necessários para Extração de Dry Maconha (por @resinado):

  • Tela de serigrafia / silk-screen de 250 microns / 60 LPI / 24 fios
  • Tela de serigrafia / silk-screen de 150 microns / 110 LPI / 44 fios
  • Tela de serigrafia / silk-screen de 75 microns / 200 LPI / 79 fios
  • Caixa plástica de DVD
  • Papel antiaderente (parchment paper). No Brasil, a marca Dover Assa+Leve é uma boa opção. Importado, recomendo da marca Reynolds.
  • Cartão de plástico (de crédito, etc)
  • Matéria vegetal bastante resinado. Podem ser flores, pipocas e trimmings (folhas). Quanto mais resina, maior o rendimento e qualidade final.
  • Opcional: Pincel de pintura/maquiagem / Luvas de latex / Pinça

Como escolher a Tela pro Dry Sift:

O padrão utilizado nos EUA para medidas de malha/tela é o LPI (lines per inch / linhas por polegada) ou US Mesh, que são compatíveis com a medida adotada no Brasil de fios por centímetro. Só muda a unidade de medida de polegadas para centímetros.

Quanto maior a quantidade de fios, mais fina é a tela e menos impurezas passarão.

A medida em microns (símbolo µ) se traduz na espessura da abertura da malha entre os fios. Quanto menor o valor em microns, mais fina é a tela, logo maior a quantidade de fios por centímetro.

É perfeitamente possível fazer a extração utilizando somente uma tela. Mas, para chegar a um produto de alta qualidade (FMDS), é interessante utilizar malhas de várias lineaturas.

Dê preferência por telas de metal, como aço inox (recomendado) ou cobre. Telas de serigrafia costumam ser de nylon, que funciona bem, mas o metal é mais resistente, duradouro e fácil de higienizar com produtos de uso médico ou alimentício. O cobre precisa de cuidado especial para não acumular oxidação/zinabre. As telas mais abertas, ou mais grossas (mais microns, menos fios), servem para separar a matéria vegetal dos tricomas. A matéria vegetal fica e os tricomas passam.

Já a tela mais fina tem a abertura menor que a cabeça glandular do tricoma. Ela serve para separar os tricomas de suas hastes e impurezas minúsculas. As cabeças de tricoma ficam e hastes e pequenas impurezas passam.

Lembrando que cada tela gera um produto de diferente qualidade e que pode ser consumido. Praticamente nada é descartado nesse processo. Mesmo a matéria vegetal restante deve ser armazenada para outros tipos de extração ou uso em culinário pois ainda possuem canabinóides e outros compostos que não foram extraídos fisicamente. Uma boa dica é sempre utilizar as telas enquanto estiver fazendo manicure ou outro manuseio das flores, pois muitos tricomas costumam se perder nesse processo.

Rendimento do Dry Sift:

O rendimento do Hash Dry é inversamente proporcional à qualidade do produto. Uma extração mais bruta tende a render mais, mas também possui mais impurezas.

É sempre possível continuar limpando o produto final, mas isso exige tempo e paciência. O recomendando é que as primeiras extrações sejam mais delicadas, coletando a maior parte dos tricomas mais maduros. As próximas extrações podem ser mais brutas, uma vez que será possível limpar e refinar mais posteriormente.

O tamanho da cabeça glandular dos tricomas varia em cada cepa de planta. Portanto, algumas plantas tendem a ser mais produtivas a depender da lineatura das telas. Conheça suas plantas e teste as malhas mais adequadas para cada variedade.

A genética também influencia na qualidade final. Algumas genéticas são mais propensas a produzirem FMDS do que outras.

Diferentes Técnicas para fazer Haxixe Dry Sift:

Técnica #1: First Bounce utilizando duas telas (250 µ e 150 µ)

  1. Coloque as duas telas sobrepostas (mais grossa em cima, mais fina em baixo), com um espaço razoável entre elas. Por baixo das duas coloque o papel antiaderente.
  2. Mexa a matéria vegetal de forma delicada sobre a primeira tela, mas não por muito tempo, evitando ao máximo a passagem de impurezas e matéria vegetal.
  3. Depois, levante as duas telas com cuidado e colete o produto final que passou por elas para o papel antiaderente. Esse Dry terá uma grande concentração de cabeças de tricomas.

Dica: ainda é possível dar uma mexida na segunda tela em outro papel para coletar mais algumas cabeças glandulares.

Explicação: Com esse First Bounce (primeira passagem, rápida e delicada) as cabeças dos tricomas caem rapidamente pelas duas telas, enquanto as impurezas que passaram pela primeira tela (250 µ) ficam presas na segunda tela (150 µ). Com essa técnica, também ficam presas as hastes dos tricomas (mesmo aquelas menores que 150 µ) por dois motivos principais: ou ficam atravessadas (pelo seu formato comprido), ou são muito leves e aderem lentamente à tela por estática ou resistência do ar. Os tricomas são mais pesados e passam pela última tela.

Técnica #2: Cartão utilizando uma tela (75 µ ou 70 µ)

Nessa técnica vai precisar utilizar uma tela mais fina e um cartão. Além de um kief com poucas impurezas, peneirado em duas telas mais grossa (pode utilizar a técnica #1 pra isso).

A tela mais fina será utilizada para separar os tricomas de suas hastes e outras pequenas impurezas que passam pelas telas mais grossas.

Ao contrário da primeira técnica, o que vai passar pela tela são as impurezas e o que fica sobre a tela são as cabeças dos tricomas.

Essa técnica é bastante trabalhosa e demorada. Portanto, reserve uma tarde para fazer enquanto degusta parte do seu dry sift já peneirado.

O processo consiste em espalhar o kief delicadamente sobre a tela mais fina utilizando um cartão, fazendo com que as impurezas menores passem pela tela. Com o tempo, vai perceber que o kief que fica sobre a tela vai mudando de aspecto, ficando mais claro e com aspecto arenoso, o que significa que a concentração de cabeças de tricomas está aumentando.

Com paciência e dedicação, essa técnica pode proporcionar um produto com algo próximo de 99% pure heads.

Técnica #3: Estática (Dry Sift Static Tech)

Essa técnica é uma melhoria da técnica #2, possibilitando chegar aos pure heads de forma mais rápida e menos trabalhosa.

No lugar do cartão, você deve utilizar um capa de DVD ou algo semelhante envolvida em papel antiaderente.

Explicação: a estática criada a partir do atrito do papel com a tela faz com que os tricomas fiquem presos no papel. Depois é só utilizar um pincel para separar as cabeças de tricomas do papel.

Técnica Secreta: Sam Skunkman

Não existem muitas informações a respeito dessa técnica, por isso é considerada secreta. Consiste em utilizar uma carga elétrica na tela de metal e botar um vidro ou acrílico coletor abaixo da tela, de forma a separar os tricomas por estática. Essa carga elétrica cria padrões estáticos que separam as cabeças dos tricomas das hastes em pilhas distintas. Infelizmente o processo não fica muito claro. Segue a tradução da transcrição do @bubbleman tentando explicar esta técnica:

“Estou falando sobre o uso de uma tela com moldura de metal, com um vidro acrílico ou plexiglass por baixo. O plexiglass é fundamental, pois segura a carga (elétrica). Você pode carregar a estrutura metálica com a menor quantidade de eletricidade, e isso cria uma carga estática dentro da estrutura. A estática cria padrões que são invisíveis a olho nu, mas à medida que o Dry Sift cai através da tela, a carga estática invisível coleta as cabeças das glândulas em pequenas pilhas montanhosas. Quanto aos contaminantes, cabelos cistólitos e caules capitados, etc., são atirados fora dessas pequenas pilhas e criam pequenos círculos ao redor dessas pilhas.

Mas basicamente, as pequenas pilhas são muito brancas e derretidas, e os padrões circulares em torno das pilhas eram como círculos fumegantes de talos de capitados, queimam como papel e não dão onda.”

I’m talking about using a metal framed screen, with a plexi glass catch underneath. The plexi is key as it holds the (electric) charge. You can charge up the metal frame, with the smallest amount of eletricity, and this creates a static charge within the frame. The static creates patterns that are invisible to the [naked] eye, but as the dry sifts falls thru the screen the invisible static charge collect de gland heads in small little mountainous piles, where as the contaminant, cystolith hairs and capitate stalks, etc, are shot ouside these little piles, and create little circles around these piles.

But basicaly the little piles are very white, and melty, and the circular patterns around the piles were like smoking bowls of capitate stalks, burn like paper and gives no high.

Como Apreciar o Hash Dry Sift

O Dry Sift é um hash versátil. Graças à sua forma em pó, pode ser utilizado de várias formas. Quando a qualidade final for muito boa (Full Melt Dry Sift), é possível pressionar o pó em um mini tablete e consumir com um dab, da mesma forma que um óleo, por exemplo. A maior vantagem do Dry Sift é que seu sabor é uma representação adequada e sem adulterantes da linhagem da planta da qual foi extraído, ao contrário de extração com solventes, onde se perde boa parte do perfil aromático da planta.

Seguem sugestões de perfis do Instagram caso queiram aprender mais sobre os processos de extração:

Boas extrações!

Sobre o Autor:

Esse texto é uma adaptação do original de autoria de Kroma Dawg, especialista em soluções para o mercado canábico.

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Sobre o Editor:

Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

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