O que é PPF? O que é PPFD? O que é DLI? Devo usar lúmens? A adoção em massa aos LEDS de iluminação tradicional, no cultivo de plantas, marca as tantas inovações na indústria horticultural. Com a quebra de antigos estigmas, os LEDS protagonizam e direcionam, agora, um novo processo nesse setor. Enfim, qual é a melhor de lâmpada para cultivo indoor? Conheça as métricas essenciais para a iluminação no cultivo indoor.
Em contrapartida, é fato que há, ainda, muito a ser aprendido e explorado para a compreensão ampla e satisfatória acerca do uso dos LEDS. As tantas empresas da indústria não-horticultural e seus representantes de vendas são exemplos de fomentadores da propagação de informações equivocadas e processos imprecisos sobre esse artifício, contribuindo em nada para a correta compreensão do uso de LEDs e iluminação no setor horticultural.
Essa propagação de informações incorretas sobre o uso de LEDs acaba por somar a um processo de descrédito à introdução dos LEDs na área. Esse processo ainda intensifica o enfoque equivocado no debate sobre economia de luz e emissão de lúmens, visto que as aplicações da luz na horticultura necessitam que olhemos para os fluxos fotossintéticos de fótons (PPF) – que podem ser convertidos a partir de lúmens, embora de forma grosseira – e não para as classificações lumínicas.
Lúmens e fluxos fotossintéticos: você sabe a diferença?
Os lúmens e os fluxos fotossintéticos medem, então, a saída de luz (energia) de uma luminária em todas as direções. Entretanto, cada uma dessas métricas essenciais para a iluminação no cultivo indoor atua de maneira particular e sob uma determinação direcionada: os lúmens se concentram na porção do espectro de luz que o olho humano pode ver, enquanto o PPF contempla o campo de espectro de luz que as plantas requerem para a fotossíntese.
Dessa forma, é indicado que os lúmens sejam utilizados no campo das atividades humanas e seus espaços, ao passo que PPF seja introduzido como grandeza de distribuição lumínica à horticultura, por exemplo.
Em outras palavras, é de suma importância pensar, antes de tudo, no propósito de uso de cada recurso. As plantas prezam por uma iluminação centralizada e potente para dentro e para fora da copa das árvores, isto é, não demandam incidência de luz em todo ambiente, como ocorre, a título de exemplificação, na iluminação de um edifício.
Nesse sentido, o PPF – lúmens, nesse caso – concentra-se em disseminar luz em todo o seu campo de atuação, sendo, portanto, uma medida de produção total da luz em determinado espectro, o que, em muito, não atende a uma real demanda das plantas. Essa luz emitida às plantas, portanto, tende a ser marcada por um outro grande problema – a dificuldade de alcance a zonas inferiores da copa das árvores.
Os mitos da eficiência
Uma grande falácia quanto às medidas PPF se concentra na ideia de eficiência. Com o objetivo de que a indústria atinja um nível de produtividade de 3,0 µmols/s, surge o cálculo de eficiência tomando o PPF total e dividindo-o pelos watts em que uma fixação é classificada. Todavia, o PPF só pode entregar, como resultado para análise, a quantidade de luz que está saindo da luminária e quão, efetivamente, ela está fazendo isso. Ou seja, o PPF não traduz o quanto uma luz específica pode ser útil ao crescimento particular de sua planta.
Já conhecida a diferença conceitual e prática entre lúmens e o PPF é interessante reiterar que, mesmo que esse último promova resultados tão satisfatórios à medição de luz que uma luminária emite nas plantas, é significativo apresentar uma outra grandeza que, em nossa opinião, é ainda mais pontual para nosso objetivo: o fluxo de fótons fotossintético (PPFD).
É notório que, pela condição física das plantas enquanto um elemento não-plano, alguns desafios são despertados nesse processo, já que o PPFD pode ser definido como o número de fótons, na faixa de 400-700 nm (curva de McCree), do espectro de luz visível que atinge um metro quadrado de uma superfície plana por segundo.
Contudo, o PPFD é, sim, uma das métricas essenciais para a iluminação indoor, sendo útil para a indústria horticultural por, justamente, as plantas não se deterem à quantidade de luz que é emitida, mas, sim, à absorção dessa mesma luz em seus fotorreceptores.
Somando-se ao que já foi abordado anteriormente, é preciso ter em mente que essa entrega de luz qualifica-se em um dinamismo de correspondência e proporcionalidade, ou seja, a transferência de luz é realizada de acordo com o objetivo específico da incidência dessa em determinado espaço, levando em conta os objetos ali presentes.
Quando atendendo às demandas de edifícios, por exemplo, a luz se vale de inúmeros recursos de entrega da iluminação, como filtros. Já na horticultura, existe um grande interesse em manter as plantas em uma zona de linearidade quanto à entrega de luz, com uma recepção incisiva na área desejada. Essa é, de fato, uma proposta desafiadora, contudo, é possível garantir um certo grau de uniformidade de 95% ou mais em toda a copa das árvores.
A emissão de luz precisa ser focalizada
No cultivo indoor, é fundamental considerar que a entrega de luz não pode se limitar à superfície das plantas em crescimento, mas, em contraste, precisa atuar, pontualmente, com incidência legítima sob o crescimento abaixo da superfície.
Uma cobertura óptica eficaz não se resume, então, à distribuição de LEDs pelo ambiente, sem uma pesquisa contundente sobre ângulos e alcance de zonas inferiores da copa. É preciso um olhar atento às especificidades de cada planta, de modo a considerar uma iluminação focalizada e específica para demandas particulares.
Por fim, é significativo reiterar que os LEDs marcam uma nova onda de produção e cultivo indoor, essa introdução é, por certo, uma ascendente tendência de mercado, que, cada vez mais, ganha espaço e retira a iluminação tradicional da banca de principais opções de consumo no setor.
Contudo, como toda inovação, os LEDs se sustentam em meio a um universo de informações inverídicas e desatualizadas sobre seu uso e capacidade. Por isso, é mais que relevante manter contato com fontes seguras de informação e que possam, com propriedade, analisar e indicar o tipo de iluminação que melhor atende às suas necessidades.
Sobre o Autor:
Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!
Se você ainda possui alguma dúvida sobre cultivo de cannabis, por mais simples e básica que pareça ser, não hesite em entrar em contato com a Cultlight, nós faremos o possível para te ajudar ao longo de todo o caminho.
Chama lá!
Texto adaptado da Scyence!
REFERÊNCIAS
https://scynceled.com/the-horticulture-lighting-industrys-greatest-lie-youre-buying-lights-based-on-the-wrong-metrics-but-your-not-alone/