Dicas de Cultivo, Otimizando seu Cultivo

Técnicas de Treino para Cultivo Indoor de Cannabis [2024]

Cultivar cannabis pode ser relativamente fácil, porém, aumentar os rendimentos na hora da colheita requer estudos constantes e prática. Pensando nisso, reunimos uma lista de técnicas de treino para cultivo indoor, que você poderá estudar e se especializar, sem a necessidade de pesquisar para que serve ou se realmente funcionam.

O desafio é conhecer a planta e verificar uma enorme quantidade de informações disponíveis, o que pode dificultar este processo.

Confira também o nosso guia completo de podas em cannabis.

Por que Aplicar Técnicas de Treino para Cultivo Indoor?

Como cultivador, você provavelmente tem o objetivo de conseguir flores maiores e otimizar o espaço de cultivo, ou seja, maiores rendimentos. Por isso, talvez você deva utilizar algumas técnicas para o cultivo indoor.

Além de garantir esse incremento nos rendimentos e melhorar a qualidade de suas flores, os treinamentos possuem diversos objetivos, como manter as plantas mais baixas ou definir a estrutura das plantas, preenchendo toda a tenda, por exemplo.

Além disso, os treinamentos visam melhorar a penetração da luz e a circulação de vento, garantindo melhores rendimentos e menos problemas com pragas.

Vamos às principais técnicas de cultivo:

O que é Lollipopping?

Lollipopping (ou Pirulito) é uma técnica de poda de baixo estresse e que consiste em retirar os brotos inferiores e concentrar a energia nos superiores, gerando botões mais densos. De todas as técnicas para o cultivo indoor, essa é uma das mais bacanas.

Conforme a planta cresce, sua copa tende a bloquear a luz dos brotos inferiores, que desenvolvem menos e acabam sugando a energia que poderia ser distribuída para os que estão diretamente na luz.

Pensando nisso, a técnica é bastante simples, você irá remover as folhas e brotos inferiores da planta: Divida ela (mentalmente) em três partes e remova entre um e dois terços inferiores, retirando qualquer broto que estiver na sombra e que não irá alongar para a luz.

Essa técnica também é conhecida como “fazer a canela”, uma referência à parte de baixo da planta ficar lisa e sem brotos.

O que é Poda TOP?

Poda top, topping ou poda apical é uma outra técnica de poda, consiste em cortar a ponta da estrutura principal, acima de um determinado nó, podendo ser o mais acima ou ter alguns acima dele. É a técnica para o cultivo indoor mais fácil e útil!

Essa técnica irá gerar dois novos brotos principais e ajuda a formar a planta, podendo distribuir cada broto para um lado, por exemplo. Com ela, também é possível ter mais brotos superiores pegando luz, garantindo melhores rendimentos e qualidade das flores.

Essa poda pode ser feita várias vezes, gerando novas ramificações e deixando a planta num formato mais arredondado do que o tradicional formato de cone/árvore de natal.

É recomendado ser feita em plantas de fotoperíodo e dar um descanso de aproximadamente uma semana entre novos cortes e pode ser feita quando a planta atingir o terceiro ou quarto nó.

O que é Poda FIM?

A poda FIM é bastante similar a poda TOP, mas o corte não é feito na haste principal e sim na gema das novas folhas que estão surgindo. Esse corte irá desenvolver, além dos dois novos brotos principais, mais dois outros brotos, totalizando quatro.

A principal diferença entre a poda TOP e a poda FIM é que esta última tende a desenvolver brotos mais irregulares, com dominâncias de altura diferentes, ao longo do ciclo. O seu uso varia de cultivador para cultivador, alguns preferindo a TOP e outros com a FIM.

O que é LST?

LST (Low Stress Training) significa “treinamento de baixo estresse” e nada mais é do que torcer e dobrar a planta, sem quebrar ou danificar sua estrutura e prende-la num lugar. Esse é o treino para cultivo indoor mais recomendado para cultivadores iniciantes.

Dessa forma, a planta irá ser fixada próximo ao substrato, crescerá lateralmente e garantir um melhor aproveitamento do espaço, além de levar luz aos brotos inferiores. Muitas vezes o LST é usado para equilibrar a copa da planta, criando flores densas.

Após alguns dias, a haste principal (ou as hastes principais), encontrará seu caminho para a luz, bem como os brotos secundários que se desenvolveram, focando seu crescimento para cima. A ideia também é bastante simples, você irá dobrar a parte superior da planta e utilizar qualquer coisa que possa fixa-la, e assim, criar sua forma. A parte superior é muitas vezes fixada próximo ao substrato, sendo presa ao vaso, no próprio substrato ou, até mesmo, em outras plantas e estruturas do grow.

Atenção: barbantes não são recomendados, pois podem cortar a planta. Podem ser usados tecidos ou arames emborrachados, que garantem um bom manejo, sem danificar o tecido vegetal.

O LST poderá garantir plantas mais baixas e melhor ocupar o espaço de cultivo, gerando múltiplas copas em uma mesma planta.

O que é HST?

Já o HST (Hard Stress Training) é uma forma de LST mais agressiva, onde, muitas vezes, a planta é dobrada a 90 graus ou até negativamente, gerando um bloqueio no fluxo de seiva que volta para as raízes. É uma técnica mais avançada e, aos poucos, você pode ir apertando as amarras feitas para o LST e criando um HST, mas cuidado com o tecido vegetal!

O que é Supercropping?

Super Cropping é uma das técnicas para cultivo indoor avançada que consiste em quebrar um ou mais brotos da planta. Esses brotos quebrados irão se recuperar rapidamente, criando um ângulo reto ou qualquer ângulo que você definir.

A técnica pode ser usada para controlar a altura dos brotos que estão esticando muito, com o tempo, a planta irá se recuperar totalmente e os brotos quebrados voltarão a crescer para a luz. Essa técnica é considerada avançada, pois pode gerar riscos ao tecido vegetal. O ideal é escolher brotos ainda flexíveis, forçar poucas vezes a haste a ser quebrada, até sentir que ela está ficando mole, então quebrar (mas sem danificar o tecido vegetal).

Caso o tecido vegetal tenha se rompido, faça uma pasta cicatrizando (usando canela, água e/ou própolis), aplique no local e cubra com esparadrapo. O esparadrapo é importante, pois permite que o tecido vegetal respire, não acumulando água no local; ele deve ser retirado em poucos dias, para não prender o crescimento da haste quebrada. Pode ser utilizado em qualquer técnica, desde podas, até rompimento dos tecidos, a canela e o própolis possuem características cicatrizantes e antifúngica e bactericida.

Também é importante manter a ponta do broto reta ou virada para cima, mostrando para a planta que ele ainda está na direção da luz (o que fará ele não ser descartado por ela). Muitas pessoas fazem o uso do LST para amarrar o broto quebrado a outros ou na estrutura da tenda.

O que é Scrog?

A técnica do ScrOG consiste em utilizar telas acima da copa da planta e espaçar as flores pelos buracos dela. Essa técnica irá criar um espaçamento ideal para os botões, mantendo a copa plana e permitindo uma melhor distribuição de luz e circulação de ar.

Normalmente é utilizada em conjunto com outras técnicas para garantir que uma única planta ocupe o espaço completo da tenda, mas pode ser feita com mais plantas. O que podemos perceber nisso é que ela é versátil e garante botões densos por toda a planta. Uma das melhores técnicas para o cultivo indoor, sem dúvidas.

Sim, o ScrOG é uma espécie de LST, mas não é apenas passar os brotos por uma tela. Essa técnica consiste em garantir que a copa tenha a altura uniforme e cresça verticalmente (através de podas e LST), criando uma boa distribuição, antes dos brotos voltarem a crescer para a luz e passarem pelos buracos da rede.

Ah! Scrog significa “Screen of Green”, que numa tradução literal é tela de verde.

O que é SOG?

Não é uma técnica de manipulação de plantas, mas sim uma forma de se cultivar. O mar de verde (Sea Of Green) consiste em cultivar muitas plantas de uma só vez, preenchendo todo o espaço de cultivo com várias plantas, ao invés de poucas.

Com o SOG você irá vegetar por poucas semanas e mudar para a floração, garantindo literalmente um mar de verde, com plantas naturais e sem o uso de técnicas avançadas.

Quantas Técnicas de Treino para Cultivo Indoor Devo Usar?

A resposta para essa pergunta é: depende do seu objetivo.

Muitos cultivadores utilizam um conjunto de técnicas para determinar a altura, quantidade de botões principais e formato das plantas. Sim, você pode utilizar uma poda TOP, começar um LST, realizar outra poda TOP e, antes da floração, começar a distribuir os brotos em ScrOG.

Mas você também pode chegar aos seus objetivos apenas com o uso de um único treino para cultivo indoor, como realizar LST durante todo o período vegetativo e o início da floração. O mais importante é você saber qual o seu objetivo, antes de realizar as técnicas.

Vai fazer um LST? Pense no desenho que você quer que a planta tenha. Vai realizar uma poda top? Pense em quantas vezes serão necessárias, se poderá utilizar uma outra técnica em conjunto e se a planta tem tempo para se recuperar.

Lembre-se, quem manda na estrutura da planta é você, mas a execução precisa estar em sinergia com o vigor e o desenvolvimento dela. Na dúvida, pense mais um pouco, tire um ou dois dias para ver como ela está e, então, execute a técnica escolhida.

Sobre o Autor:

Meu nome é Carlos Eduardo, paciente de Cannabis Medicinal e sócio fundador da Cultlight, empresa especializada em iluminação para horticultura e cultivo indoor. Pra quem já me conhece do Instagram ou do YouTube, eu sou o Cadu da Cultlight. Sou Engenheiro de Produção formado na Universidade Federal Fluminense (UFF), onde pesquiso sobre de Cannabis, cultivo, produção e autoprodução, principalmente com o foco medicinal. Te convido a acompanhar nossos conteúdos nas redes sociais para ter acesso a mais dicas e conteúdos técnicos gratuitos sobre cultivo de maconha!

Se você ainda possui alguma dúvida sobre cultivo de cannabis, por mais simples e básica que pareça ser, não hesite em entrar em contato com a Cultlight, nós faremos o possível para te ajudar ao longo de todo o caminho.

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About Cadu

Cadu Brandão é um especialista na ciência e tecnologia do cultivo de cannabis. Ele possui um diploma em Engenharia de Produção pela UFF.

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